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Veja os temas que desafiarão os líderes do G20 na Alemanha

05/07/2017 15h45

SÃO PAULO, 5 JUL (ANSA) - Por Tatiana Girardi - Em um clima de incertezas globais, os líderes das 20 maiores economias do mundo (G20) vão se reunir em Hamburgo, na Alemanha, nos dias 7 e 8 de julho, para tentar diminuir a "discórdia" internacional.   

O grupo composto por África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia - além da União Europeia - serão recebidos pela anfitriã Angela Merkel. A chanceler tentará unir a maior parte dos países para ter um consenso em dois dos principais temas que serão discutidos ao longo da cúpula: a reafirmação do Acordo de Paris, que definiu metas sobre o clima, e o comércio internacional. Do lado oposto, estará o presidente norte-americano, Donald Trump, responsável por tirar os Estados Unidos do Acordo de Paris e defensor de protecionismo econômico como não se via há anos na política.   

"O G20 é um fórum importante porque tem as maiores economias do mundo, mas não é um órgão de decisão. A cúpula será relevante porque, nela, vão se explicitar divergências em alguns temas entre os EUA e a Europa ", disse o professor de história e relações internacionais da Unesp Luis Fernando Ayerbe, em entrevista à ANSA.   

Merkel, que tenta tornar a União Europeia uma voz única no cenário internacional, tem feito reuniões e viagens internacionais para atrair esse apoio dentro do bloco- e tem conseguido a parceria de governos tanto da América Latina, como ocorreu nas recentes viagens à Argentina e ao México, bem como dentro da UE, especialmente, após a eleição do presidente francês, Emmanuel Macron.   

No debate sobre o Acordo de Paris, os europeus terão ao seu lado dois gigantes de peso: China e Rússia afirmaram por diversas vezes que a saída dos EUA não muda o compromisso com o que foi assinado, além de assegurarem o cumprimento de todas as promessas feitas em 2015. Os chineses, aliás, têm se mostrado também muito parceiros dos europeus nas questões referentes ao comércio. Durante uma visita à Alemanha, por exemplo, o presidente Xi Jinping chegou a citar uma "nova fase" da relação com Berlim e definiu as relações comerciais como "muito importantes". Mas, nesse quesito, os russos são uma incógnita. Desde 2014, Moscou vem sofrendo com sanções econômicas por parte dos europeus, como retaliação à guerra na Ucrânica. Portanto, não está claro se os russos adotarão um postura "independente" ou aliada aos norte-americanos.   

No entanto, muito dessas posições devem surgir das reuniões bilaterais agendadas às margens do G20: uma entre Trump e Xi Jinping e outra entre o líder norte-americano e o presidente russo, Vladimir Putin, que será o primeiro encontro entre os dois desde que o republicano assumiu a Casa Branca. - Outros temas: Apesar de ter sido criado em 2008 com o foco exclusivamente econômico, em um momento que a economia global sofria com a grave crise que afetou todos os mercados, o G20 deverá debater outras crises internacionais e políticas na cúpula de Hamburgo.   

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A primeira delas, e a mais grave atualmente, é a que envolve o governo da Coreia do Norte. O ditador Kim Jong-un tem feito uma série de lançamentos de mísseis, mesmo com todas as sanções impostas pelas Nações Unidas, agravando a crise com a Coreia do Sul e despertando a ira de Trump.   

O medo de uma escalada nas tensões que leve a um conflito militar vem aumentando a cada teste balístico e, mesmo com o pedido de "calma" por parte do governo chinês, a liderança bélica do norte-americano causa dúvidas sobre o futuro da península.   

Também estarão na pauta do G29 as alternativas e os planos para combater o terrorismo internacional. Outro tema polêmico, esse assunto deve colocar Estados Unidos e Rússia em lados opostos- já que os primeiros criticam o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, e Moscou é o principal apoiador do líder de Damasco.   

Até mesmo por essas divergências, os dois governos têm suas próprias coalizões para combater os grupos terroristas que atuam na Síria, no Iraque e na Líbia.   

Deve chamar a atenção também os conflitos entre Alemanha e Turquia, que vivem em uma situação de diplomática crise desde o ano passado. - Brasil: Após anunciar que não iria participar do encontro, o presidente do Brasil, Michel Temer, voltou atrás e decidiu participar da cúpula do G20. Temer, que havia estreado em viagens internacionais justamente no G20 da China em 2016, estará acompanhado do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e de assessores. No entanto, analistas políticos não esperam nenhum grande trunfo do Brasil por conta da turbulência política que o país vive. (ANSA)
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