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Ratko Mladic é condenado à perpétua por crimes de guerra

22/11/2017 09h20

BRUXELAS, 22 NOV (ANSA) - O ex-general sérvio Ratko Mladic foi condenado à prisão perpétua nesta quarta-feira (22) por genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade durante audiência no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia.   

As acusações que recaem sobre ele ocorreram durante o conflito na Bósnia entre os anos de 1992 e 1995.   

De acordo com a decisão dos magistrados, o massacre de Srebrenica, que culminou com a morte de cerca de oito mil muçulmanos, foi um "genocídio". Eles ainda afirmaram que Mladic "contribuiu de maneira significativa" para as mortes". Ao todo, o ex-general foi condenado em 10 dos 11 crimes contra a humanidade a que estava respondendo no local. Além de Srebrenica, entre outros fatos, Mladic era acusado de ser o líder das "piores atrocidades" na guerra, como o assédio de 44 meses à cidade de Sarajevo e a perseguição de bósnios e croatas na então Bósnia-Herzegovina em 1992.   

Durante a audiência, o ex-general foi retirado da sessão durante um surto de raiva, em que ironizou as vítimas e os parentes dos mortos que acompanhavam o julgamento.   

Mladic, de 74 anos, é conhecido como o "Carniceiro dos Balcãs", e jamais reconheceu que tenha sido culpado pelos crimes. Ele já disse "lamentar" as mais de 100 mil mortes no conflito na Bósnia.   

Ele havia sido preso em 2011, na Sérvia, após 16 anos de fuga, e era considerado o último fugitivo que faltava ser condenado pelo TPI - que fechará suas portas em 31 de dezembro deste ano.   

Os ex-líderes da antiga Iugoslávia foram todos processados no TPI, por crimes que vão desde a limpeza étnica de minorias até massacres impiedosos. O político Radovan Karadzic foi condenado a 40 anos de prisão e até o ex-presidente sérvio Slobodan Milosevic, que morreu na prisão durante o processo em 2006, também chegou a depor pelos crimes.   

Mladic foi indiretamente o "responsável" pela criação do TPI, segundo apontam os analistas, por conta de seus graves crimes.   

Ele foi acusado em 25 de julho de 2005 e, desde então, o processo corre no tribunal. Mais de 600 testemunhas foram ouvidas até hoje. (ANSA)
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