Espanha chega a acordo sobre Gibraltar e destrava Brexit
ROMA, 24 NOV (ANSA) - A Espanha chegou a um acordo com a União Europeia e o Reino Unido sobre a questão de Gibraltar e votará a favor do tratado do "Brexit", que será discutido pelos membros do Conselho Europeu, principal órgão político do bloco, neste domingo (25), em Bruxelas.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, havia ameaçado votar contra o Brexit por considerar que o acordo fechado pela primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, era ambíguo sobre Gibraltar, enclave britânico na Península Ibérica.
Sánchez exigia que futuras negociações sobre o território, o qual é reivindicado pela Espanha, fossem feitas exclusivamente entre Londres e Madri, fora do âmbito da UE, e cobrava que isso fosse escrito de forma explícita no acordo do Brexit.
"Conseguimos uma declaração conjunta do Conselho Europeu e da Comissão Europeia [poder Executivo do bloco] no marco do acordo de retirada que descarta que o artigo 184 seja aplicado às relações de âmbito territorial", disse Sánchez, em pronunciamento oficial neste sábado (24).
O artigo 184 do tratado do Brexit, fruto da discórdia entre Londres e Madri, diz que União Europeia e Reino Unido tomarão os "passos necessários" para negociar sua "relação futura", mas o texto não excluía explicitamente a questão de Gibraltar.
"O Conselho Europeu e a Comissão Europeia reforçam a posição da Espanha como nunca antes, em vista de negociações futuras. Vamos ter de falar de soberania e de muitas outras coisas com o Reino Unido", acrescentou o primeiro-ministro.
Segundo ele, os acordos referentes a Gibraltar deverão ser discutidos de forma separada das negociações entre Londres e Bruxelas. "Obtivemos uma declaração política conjunta histórica, que assenta as bases por escrito de uma nova forma de abordar a relação com Gibraltar em nível europeu", disse Sánchez.
Disputa - Com apenas 6,7 quilômetros quadrados, Gibraltar é palco de uma disputa territorial de três séculos entre Reino Unido e Espanha e fica no extremo-sul da Península Ibérica. O território foi conquistado pelos britânicos em 1704 e formalmente cedido pelo rei da Espanha em 1713.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, Madri passou a reivindicar novamente a posse de Gibraltar, mas, em um plebiscito realizado em 1967, os habitantes do enclave escolheram permanecer no Reino Unido por uma maioria esmagadora de 99,64%.
O endurecimento da posição de Sánchez em relação a Gibraltar acontece às vésperas das eleições regionais da Andaluzia, em 2 de dezembro, consideradas cruciais para o Partido Socialista Operário Espanhol (Psoe), liderado pelo primeiro-ministro - o enclave britânico fica em território andaluz.
O acordo do Brexit deve ser votado pelos líderes da UE neste domingo, durante reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, mas precisará passar também pelos Parlamentos do Reino Unido e do bloco. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, havia ameaçado votar contra o Brexit por considerar que o acordo fechado pela primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, era ambíguo sobre Gibraltar, enclave britânico na Península Ibérica.
Sánchez exigia que futuras negociações sobre o território, o qual é reivindicado pela Espanha, fossem feitas exclusivamente entre Londres e Madri, fora do âmbito da UE, e cobrava que isso fosse escrito de forma explícita no acordo do Brexit.
"Conseguimos uma declaração conjunta do Conselho Europeu e da Comissão Europeia [poder Executivo do bloco] no marco do acordo de retirada que descarta que o artigo 184 seja aplicado às relações de âmbito territorial", disse Sánchez, em pronunciamento oficial neste sábado (24).
O artigo 184 do tratado do Brexit, fruto da discórdia entre Londres e Madri, diz que União Europeia e Reino Unido tomarão os "passos necessários" para negociar sua "relação futura", mas o texto não excluía explicitamente a questão de Gibraltar.
"O Conselho Europeu e a Comissão Europeia reforçam a posição da Espanha como nunca antes, em vista de negociações futuras. Vamos ter de falar de soberania e de muitas outras coisas com o Reino Unido", acrescentou o primeiro-ministro.
Segundo ele, os acordos referentes a Gibraltar deverão ser discutidos de forma separada das negociações entre Londres e Bruxelas. "Obtivemos uma declaração política conjunta histórica, que assenta as bases por escrito de uma nova forma de abordar a relação com Gibraltar em nível europeu", disse Sánchez.
Disputa - Com apenas 6,7 quilômetros quadrados, Gibraltar é palco de uma disputa territorial de três séculos entre Reino Unido e Espanha e fica no extremo-sul da Península Ibérica. O território foi conquistado pelos britânicos em 1704 e formalmente cedido pelo rei da Espanha em 1713.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, Madri passou a reivindicar novamente a posse de Gibraltar, mas, em um plebiscito realizado em 1967, os habitantes do enclave escolheram permanecer no Reino Unido por uma maioria esmagadora de 99,64%.
O endurecimento da posição de Sánchez em relação a Gibraltar acontece às vésperas das eleições regionais da Andaluzia, em 2 de dezembro, consideradas cruciais para o Partido Socialista Operário Espanhol (Psoe), liderado pelo primeiro-ministro - o enclave britânico fica em território andaluz.
O acordo do Brexit deve ser votado pelos líderes da UE neste domingo, durante reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, mas precisará passar também pelos Parlamentos do Reino Unido e do bloco. (ANSA)
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