Reunião definirá 'protocolos claros' sobre abusos, diz Papa
AVIÃO PAPAL, 28 JAN (ANSA) - A reunião convocada pelo papa Francisco com conferências episcopais do mundo inteiro para discutir a pedofilia na Igreja, marcada para 21 a 24 de fevereiro, definirá "protocolos claros" para reduzir o problema dos abusos.
Em coletiva de imprensa no voo de volta da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2019, realizada na Cidade do Panamá, o Pontífice disse que sentiu a "necessidade" de "dar uma catequese" sobre essa questão às conferências episcopais.
"Eu recebo com frequência gente que sofreu abusos. Lembro de um homem de 40 anos que não conseguia rezar. É horrível isso, o sofrimento é terrível. Primeiro: que [os bispos] tomem ciência disso. Segundo: que saibam o que fazer, o procedimento, porque muitas vezes o bispo não sabe o que fazer", disse.
Segundo o Papa, o objetivo é fazer com que haja "protocolos claros" para combater a pedofilia. "Depois faremos orações, haverá testemunhos para ajudar a tomar conhecimento, e depois alguma liturgia penitencial para pedir perdão por toda a Igreja", declarou.
Francisco, no entanto, disse que sente uma expectativa "um pouco inflada" sobre a reunião. "É preciso diminuir as expectativas, o problema dos abusos continuará, é um problema humano. Se resolvermos o problema na Igreja, ajudaremos a resolvê-lo na sociedade, nas famílias, onde a vergonha encobre tudo", acrescentou.
Pedofilia - Escândalos de abuso sexual são recorrentes na história da Igreja Católica, mas ganharam nova luz em 2018, com as visitas de Jorge Bergoglio a países afetados por casos de pedofilia, como Chile e Irlanda.
Além disso, um de seus aliados mais próximos, o cardeal australiano George Pell, prefeito da Secretaria de Economia do Vaticano, virou réu por supostos abusos cometidos nas décadas de 1970 e 1990.
Já nos Estados Unidos, um relatório do Ministério Público da Pensilvânia listou cerca de 300 religiosos suspeitos de crimes sexuais e mais de mil vítimas, além de ter acusado a Igreja de encobrir os escândalos.
Por sua vez, Carlo Maria Viganò, ex-núncio apostólico em Washington, divulgou uma carta na qual acusa o próprio Francisco de saber desde o início de seu pontificado dos abusos cometidos por Theodore McCarrick, afastado do colégio de cardeais apenas em julho passado.
McCarrick, 88, é acusado de abusar de seminaristas adultos e de violentar um adolescente 45 anos atrás. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Em coletiva de imprensa no voo de volta da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2019, realizada na Cidade do Panamá, o Pontífice disse que sentiu a "necessidade" de "dar uma catequese" sobre essa questão às conferências episcopais.
"Eu recebo com frequência gente que sofreu abusos. Lembro de um homem de 40 anos que não conseguia rezar. É horrível isso, o sofrimento é terrível. Primeiro: que [os bispos] tomem ciência disso. Segundo: que saibam o que fazer, o procedimento, porque muitas vezes o bispo não sabe o que fazer", disse.
Segundo o Papa, o objetivo é fazer com que haja "protocolos claros" para combater a pedofilia. "Depois faremos orações, haverá testemunhos para ajudar a tomar conhecimento, e depois alguma liturgia penitencial para pedir perdão por toda a Igreja", declarou.
Francisco, no entanto, disse que sente uma expectativa "um pouco inflada" sobre a reunião. "É preciso diminuir as expectativas, o problema dos abusos continuará, é um problema humano. Se resolvermos o problema na Igreja, ajudaremos a resolvê-lo na sociedade, nas famílias, onde a vergonha encobre tudo", acrescentou.
Pedofilia - Escândalos de abuso sexual são recorrentes na história da Igreja Católica, mas ganharam nova luz em 2018, com as visitas de Jorge Bergoglio a países afetados por casos de pedofilia, como Chile e Irlanda.
Além disso, um de seus aliados mais próximos, o cardeal australiano George Pell, prefeito da Secretaria de Economia do Vaticano, virou réu por supostos abusos cometidos nas décadas de 1970 e 1990.
Já nos Estados Unidos, um relatório do Ministério Público da Pensilvânia listou cerca de 300 religiosos suspeitos de crimes sexuais e mais de mil vítimas, além de ter acusado a Igreja de encobrir os escândalos.
Por sua vez, Carlo Maria Viganò, ex-núncio apostólico em Washington, divulgou uma carta na qual acusa o próprio Francisco de saber desde o início de seu pontificado dos abusos cometidos por Theodore McCarrick, afastado do colégio de cardeais apenas em julho passado.
McCarrick, 88, é acusado de abusar de seminaristas adultos e de violentar um adolescente 45 anos atrás. (ANSA)
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