Salvini tem 7 dias para explicar acusações no Senado
ROMA, 30 JAN (ANSA) - A Junta para Imunidade Parlamentar do Senado da Itália deu sete dias para o ministro do Interior e vice-premier Matteo Salvini se explicar pessoalmente sobre a investigação contra ele por sequestro, abuso de poder e prisão ilegal no caso do navio Diciotti, que passou cinco dias bloqueado na Sicília com mais de 150 migrantes a bordo.
O inquérito corre no Tribunal dos Ministros de Catânia, mas depende de autorização da Câmara Alta para seguir adiante, já que Salvini, também senador da República, tem foro privilegiado.
O parecer será dado pela Junta para Imunidade Parlamentar, formada por 23 senadores de todos os partidos, e votado em plenário.
"Escrevi uma carta a Salvini para convidá-lo. Demos sete dias para ele se apresentar", disse o presidente do colegiado, Maurizio Gasparri, do partido conservador Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi. O FI é um tradicional aliado da Liga, legenda liderada por Salvini, mas não faz parte da atual coalizão de governo.
O caso pelo qual Salvini é investigado ocorreu em agosto passado, quando a embarcação Diciotti, pertencente à própria Guarda Costeira italiana, resgatou 177 migrantes no Mediterrâneo Central. Ao chegar no Porto de Catânia, o navio foi bloqueado por ordem de Salvini, que queria forçar outros países da União Europeia a acolherem os deslocados internacionais.
27 menores de idade puderam descer, mas 150 migrantes forçados ficaram presos no navio por cinco dias, até a Igreja Católica aceitar ficar responsável pelo acolhimento de 100 pessoas.
Irlanda e Albânia também se comprometeram a abrigar 20 cada uma.
Quando a investigação começou, Salvini dissera que gostaria de ser processado o mais rapidamente possível, porém o ministro mudou sua posição nesta semana e afirmou que a autorização pedida pelo Tribunal de Ministros "deve ser negada".
Para o processo seguir adiante, serão cruciais os votos do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), que detém 107 cadeiras no Senado e governa a Itália em aliança com a Liga. O partido tem o fim do foro privilegiado como uma de suas principais bandeiras, mas um voto contra Salvini poderia abrir uma crise política na base aliada.
"Se o caso for para plenário, com certeza votaremos 'sim'", garantiu o subsecretário do Ministério do Interior, Carlo Sibilia, expoente do M5S. "O M5S nunca negou processo a um político", acrescentou. Já o governador de Friuli Veneza Giulia, Massimiliano Fedriga, da Liga, afirmou que esse posicionamento colocaria "tudo em discussão" dentro do governo.
O movimento antissistema tenta desvincular as decisões sobre o Diciotti de Salvini, afirmando que a abordagem da Itália na crise foi apoiada por todo o governo. Pelas leis italianas, um parlamentar condenado em última instância perde o mandato e fica inelegível por seis anos. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
O inquérito corre no Tribunal dos Ministros de Catânia, mas depende de autorização da Câmara Alta para seguir adiante, já que Salvini, também senador da República, tem foro privilegiado.
O parecer será dado pela Junta para Imunidade Parlamentar, formada por 23 senadores de todos os partidos, e votado em plenário.
"Escrevi uma carta a Salvini para convidá-lo. Demos sete dias para ele se apresentar", disse o presidente do colegiado, Maurizio Gasparri, do partido conservador Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi. O FI é um tradicional aliado da Liga, legenda liderada por Salvini, mas não faz parte da atual coalizão de governo.
O caso pelo qual Salvini é investigado ocorreu em agosto passado, quando a embarcação Diciotti, pertencente à própria Guarda Costeira italiana, resgatou 177 migrantes no Mediterrâneo Central. Ao chegar no Porto de Catânia, o navio foi bloqueado por ordem de Salvini, que queria forçar outros países da União Europeia a acolherem os deslocados internacionais.
27 menores de idade puderam descer, mas 150 migrantes forçados ficaram presos no navio por cinco dias, até a Igreja Católica aceitar ficar responsável pelo acolhimento de 100 pessoas.
Irlanda e Albânia também se comprometeram a abrigar 20 cada uma.
Quando a investigação começou, Salvini dissera que gostaria de ser processado o mais rapidamente possível, porém o ministro mudou sua posição nesta semana e afirmou que a autorização pedida pelo Tribunal de Ministros "deve ser negada".
Para o processo seguir adiante, serão cruciais os votos do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), que detém 107 cadeiras no Senado e governa a Itália em aliança com a Liga. O partido tem o fim do foro privilegiado como uma de suas principais bandeiras, mas um voto contra Salvini poderia abrir uma crise política na base aliada.
"Se o caso for para plenário, com certeza votaremos 'sim'", garantiu o subsecretário do Ministério do Interior, Carlo Sibilia, expoente do M5S. "O M5S nunca negou processo a um político", acrescentou. Já o governador de Friuli Veneza Giulia, Massimiliano Fedriga, da Liga, afirmou que esse posicionamento colocaria "tudo em discussão" dentro do governo.
O movimento antissistema tenta desvincular as decisões sobre o Diciotti de Salvini, afirmando que a abordagem da Itália na crise foi apoiada por todo o governo. Pelas leis italianas, um parlamentar condenado em última instância perde o mandato e fica inelegível por seis anos. (ANSA)
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