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Coronavírus: Itália programa pesquisa com testes sorológicos na população

Flavio Lo Scalzo/Reuters
Imagem: Flavio Lo Scalzo/Reuters

15/04/2020 12h25

O governo da Itália autorizou a realização de uma pesquisa de âmbito nacional que tentará estimar o nível de imunização de sua população ao novo coronavírus (Sars-CoV-2).

A ANSA apurou que o comissário do governo para a gestão da pandemia, Domenico Arcuri, recebeu permissão na noite desta terça-feira (14) para iniciar os procedimentos públicos de procura e aquisição de testes sorológicos, que detectam a presença de anticorpos a partir de amostras de sangue.

Esse tipo de exame é capaz de identificar pessoas que já foram expostas e eliminaram o Sars-CoV-2 sem sabê-lo, embora sejam ineficazes para os primeiros dias de infecção, já que leva algum tempo para o sistema imunológico começar a produzir anticorpos.

O objetivo do governo italiano é submeter um contingente de 150 mil pessoas ao teste sorológico, subdividas por perfil de trabalho, gênero e faixa etária, e fazer uma estimativa do tamanho do contágio no país.

Até o momento, segundo a Defesa Civil, mais de 1 milhão de pessoas na Itália já fizeram o exame RT-PCR, que busca o material genético do vírus em secreções da faringe e serve para detectar infecções ativas, ou seja, só consegue determinar se a pessoa está contaminada naquele momento ou não.

Regiões - Enquanto a pesquisa nacional não começa, algumas regiões já se movimentam para fazer um mapeamento sorológico da população imunizada contra o novo coronavírus, como Sicília e Campânia, ambas no sul do país.

"Mesmo reiterando a importância do exame faríngeo, que continua sendo o principal instrumento de detecção da doença, pretendemos, por meio dos testes sorológicos, tirar uma amostra significativa da população, que nos permitirá observar o fenômeno a partir de uma perspectiva mais ampla", explicou o secretário siciliano da Saúde, Ruggero Razza.

Já o governador da Campânia, Vincenzo De Luca, pretende submeter "centenas de milhares de cidadãos" a testes nas próximas semanas. Um projeto semelhante já foi conduzido em Robbio, cidade de 5,8 mil habitantes situada na província de Pavia, norte da Itália, onde mais de 10% das pessoas que fizeram exames sorológicos têm anticorpos contra o novo coronavírus: 100, de um total de 910 testes com resultados confirmados.

No Brasil, uma iniciativa semelhante conduzida pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) deve começar entre o fim desta semana e o início da próxima, com o objetivo de examinar 33.250 pessoas de 133 municípios em pelo menos três pesquisas com intervalo de 15 dias entre cada uma.

O levantamento será feito com testes rápidos que fornecem o resultado sobre a presença de anticorpos em cerca de 15 minutos.