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Funcionários de embaixada nos EUA foram ameaçados de morte, diz China

Bandeiras da China e Estados Unidos - Jason Lee/Pool/AFP
Bandeiras da China e Estados Unidos Imagem: Jason Lee/Pool/AFP

Pequim

23/07/2020 10h35

A China afirmou hoje que funcionários da embaixada de Washington foram ameaçados de morte e acusa o governo dos Estados Unidos de criar um "clima de ódio" contra os representantes chineses no país.

"Na sequência dos insultos e do ódio alimentados pelo governo norte-americano, a Embaixada da China recebeu ameaças de atentados e de mortes", escreveu em sua conta no Twitter um dos porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying.

A denúncia ocorre um dia depois de o governo dos EUA anunciar o fechamento do consulado chinês em Houston, no Texas, dando 72 horas para os funcionários deixarem o local. Segundo o Departamento de Estado, o encerramento das atividades na representação diplomática é uma forma de "proteger a propriedade intelectual norte-americana e as informações privadas".

A embaixada confirmou a fala de seu porta-voz e publicou uma dura nota oficial contra o governo norte-americano.

"Por causa da estigmatização intencional e imprudente e pela difusão do ódio por parte dos Estados Unidos, a embaixada chinesa recebeu, mais de uma vez, ameaças à segurança e à proteção das missões e dos funcionários da diplomacia chinesa", diz o comunicado.

Pequim ainda reforçou que "está empenhada em respeitar o princípio de não interferência nos assuntos internos de outros países" e ressaltou que "as missões diplomáticas chinesas nos EUA, incluindo o consulado de Houston, exerceram seus deveres no rigoroso respeito à Convenção de Viena sobre as relações diplomáticas e à Convenção de Viena sobre as relações consulares, dedicando-se a promover as trocas e a cooperação bilateral para avançar a recíproca compreensão e amizade entre os dois povos".

Ainda na nota, a China diz que as acusações sobre Houston "são infundadas".

FBI faz nova acusação

Apesar de os chineses negarem as acusações, o FBI acusou hoje a pesquisadora e bióloga Tang Juan de mentir sobre suas ligações com o Exército Popular para conseguir um visto nos EUA. Ela se refugiou, e foi descoberta, no consulado chinês de São Francisco para fugir de uma prisão.

A nova acusação diz que Juan tinha como objetivo, junto a outros chineses, roubar a propriedade intelectual de pesquisas feitas por institutos universitários norte-americanos.