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Neurônios intactos são achados em vítima de erupção no Vesúvio

Vista geral da antiga cidade romana de Herculano destruída em 79 dC pela erupção do Vesúvio - Ivan Romano/Getty Images
Vista geral da antiga cidade romana de Herculano destruída em 79 dC pela erupção do Vesúvio Imagem: Ivan Romano/Getty Images

Da ANSA, em Nápoles

05/10/2020 12h03

Pesquisadores italianos descobriram neurônios preservados no cérebro vitrificado de uma vítima da erupção do vulcão Vesúvio que devastou as antigas cidades romanas de Pompeia e Herculano em 79 d.C [depois de Cristo].

A descoberta está em um estudo publicado na revista Plos One e foi realizado por uma equipe multidisciplinar das universidades Federico 2, em Nápoles, Roma Tre e Estatal de Milão. O trabalho foi feito em colaboração com o Ceinge, instituto napolitano de biotecnologia avançada, com o CNR (Conselho Nacional de Pesquisas) e com o Parque Arqueológico de Herculano.

"A descoberta de tecido cerebral em restos humanos antigos é um evento insólito, mas o que é extremamente raro é a preservação integral de estruturas neuronais de um sistema nervoso central de dois mil anos atrás", disse o antropólogo forense Pier Paolo Petrone, da Universidade de Nápoles Federico 2.

O professor de vulcanologia da Universidade de Roma Tre Guido Giordano explicou que os neurônios foram preservados graças à vitrificação do cérebro da vítima, o que indica o rápido resfriamento das cinzas expelidas pelo vulcão que cobriram Herculano na primeira etapa da erupção.

"Os extraordinários resultados obtidos demonstram a importância dos estudos multidisciplinares", comentou o diretor do Parque Arqueológico de Herculano, Francesco Sirano. As pesquisas continuarão para tentar reconstruir as diversas fases da erupção, avaliando os tempos de exposição a altas temperaturas e do resfriamento das cinzas.

Quando concluídos, os estudos poderão oferecer parâmetros para a gestão de eventuais emergências na área do Vesúvio.