Topo

Esse conteúdo é antigo

Berlusconi acena com possível apoio a Draghi

Antigo Primeiro Ministro da Itália Silvio Berlusconi pode apoiar Mario Draghi  - Max Rossi/Reuters
Antigo Primeiro Ministro da Itália Silvio Berlusconi pode apoiar Mario Draghi Imagem: Max Rossi/Reuters

04/02/2021 10h10

ROMA, 4 FEV (ANSA) - Integrante da coalizão conservadora liderada por Matteo Salvini, o ex-premiê da Itália Silvio Berlusconi acenou nesta quinta-feira (4) com um possível apoio a Mario Draghi como primeiro-ministro.

Durante assembleia com correligionários, o eurodeputado elogiou a decisão do presidente Sergio Mattarella de encarregar o ex-mandatário do Banco Central Europeu (BCE) de formar um novo governo.

"Vai na direção que indicamos há várias semanas: uma personalidade de alto nível institucional em torno da qual seja possível construir a união das melhores energias do país", declarou Berlusconi.

Até o momento, Draghi tem o apoio explícito do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, do Itália Viva (IV), de centro, e de legendas menores. Mesmo que o Força Itália (FI), partido de Berlusconi, embarque na aliança, o economista ainda precisaria dos votos do restante da coalizão conservadora ou do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S).

O FI integra uma aliança que ainda inclui os partidos de extrema direita Liga, de Matteo Salvini, e Irmãos da Itália (FdI), de Giorgia Meloni - ambos defendem a convocação de eleições antecipadas. No mesmo comunicado, Berlusconi afirmou que a coalizão conservadora é "essencial para o futuro do país".

Existe a hipótese de a direita se abster no voto de confiança, o que permitiria a Draghi obter maioria relativa no Parlamento.

Nesse cenário, no entanto, o economista já iniciaria seu mandato fragilizado por não ter maioria absoluta para aprovar projetos.

As negociações com os partidos começam nesta quinta-feira e devem durar até o fim da semana.

M5S - Dono da maior bancada no Parlamento, o M5S ainda tenta digerir a queda de Giuseppe Conte e amainar as divergências dentro do partido sobre um eventual apoio a Draghi.

O líder do movimento, Vito Crimi, disse que não está disponível a dar o voto de confiança a um gabinete "técnico", porém alas mais moderadas dentro da sigla antissistema estariam dispostas a apoiar o economista.

Por meio de uma nota, o chanceler Luigi Di Maio, principal expoente do M5S, afirmou nesta quinta que o partido tem o "dever" de escutar Draghi e "assumir uma posição com base na decisão de seus parlamentares".

"Compreendo o mau humor das últimas horas, é legítimo, não queríamos ter chegado a esse ponto, com uma pandemia em curso e enormes dificuldades no setor produtivo. Mas é justamente nessas circunstâncias que uma força política se mostra madura aos olhos do país", declarou Di Maio.

Com um eventual apoio do M5S, Draghi poderia inclusive abrir mão dos votos da coalizão de direita, mas hoje é difícil que o partido antissistema caminhe unido em uma mesma direção. (ANSA).