Na Itália, neta de Benito Mussolini se declara como 'garota de esquerda'
A ex-senadora Alessandra Mussolini, neta do ditador fascista Benito Mussolini, se assumiu como "de esquerda" e confirmou seu apoio a causas progressistas, como a criminalização da homofobia e da transfobia.
Filha do pianista Romano Mussolini com a cantora Maria Scicolone, Alessandra foi deputada em cinco mandatos, senadora entre março de 2013 e junho de 2014 e deputada do Parlamento Europeu até 2019.
Ao longo de sua carreira política, se notabilizou por posições alinhadas à extrema-direita e passou inclusive por partidos de inspiração neofascista, como o extinto MSI (Movimento Social Italiano).
No entanto, causou recentemente certa surpresa na Itália ao defender publicamente um projeto de lei que criminaliza a homofobia e a transfobia, iniciativa que enfrenta a resistência de partidos conservadores e da Igreja Católica.
Em entrevista à revista Vanity Fair, Alessandra foi questionada se ela poderia ter sido uma "garota de esquerda" e respondeu: "Mas eu sou!".
Sobre o projeto contra a homofobia, a ex-senadora disse que a sexualidade é uma "questão pessoal".
"Entendi que a orientação sexual não é sequer um tema. É como colocar uma roupa que você pode mudar, e ninguém se importa como é", acrescentou
Essas declarações causaram surpresa na Itália, especialmente por ter vindo de alguém que antes dizia se orgulhar por ser fascista.
"Antes me preocupava em não decepcionar meu eleitorado, mas agora: tchau, tchau. Sempre pensei algumas coisas, mas como estava sempre em um ambiente político, não podia dar espaço a elas", contou Alessandra.
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