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Talibã promete anistia geral a quem colaborou com o governo do Afeganistão

Em nota, grupo disse que diplomatas estrangeiros "não serão tocados" - AFP
Em nota, grupo disse que diplomatas estrangeiros 'não serão tocados' Imagem: AFP

Em Roma (Itália)

13/08/2021 12h51Atualizada em 13/08/2021 12h57

O Talibã anunciou hoje que vai garantir "anistia geral" para quem colaborou com o atual governo do Afeganistão e que não vai "tocar" em diplomatas estrangeiros.

A declaração chega em meio ao rápido avanço do grupo fundamentalista islâmico, que em poucas semanas conquistou quase metade das 34 capitais de província afegãs e hoje está a menos de 100 km de Cabul.

Por meio de um comunicado, o Talibã diz que aqueles que colaboraram com o governo do Afeganistão e as "forças ocupantes" terão "anistia geral" e que os diplomatas estrangeiros "não serão tocados", bem como propriedades privadas.

Países ocidentais que mantinham tropas em solo afegão até poucos meses atrás têm demonstrado preocupação com a segurança de suas embaixadas.

A Alemanha já anunciou uma redução de seu efetivo diplomático em Cabul, e a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) discute a evacuação de seu pessoal remanescente no Afeganistão.

Também hoje, o Talibã conquistou Puli Alam, capital da província de Logar e que está apenas a 70 km de Cabul — fontes militares dos Estados Unidos apontam que a capital afegã deve cair em até 90 dias.

"Os talibãs estão avançando em muitas áreas, e as províncias de Zabul, Uruzgan e Maidan Wardak serão conquistadas em breve", afirmou à Ansa o porta-voz do grupo islâmico, Zabihullah Mujahid.

O Talibã já comandou o Afeganistão, de 1996 a 2001, até ser derrubado pela invasão americana — Washington acusava o grupo de dar proteção a Osama Bin Laden, mentor dos atentados de 11 de setembro.

No entanto, em duas décadas de presença militar no país, os EUA não conseguiram preparar as forças de segurança locais para lidar com o Talibã por conta própria.