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Países pobres precisam de US$ 1 tri ao ano pelo clima, diz ONU

3.nov.2021 - O enviado das Nações Unidas para finanças e clima, Mark Carney, na COP26, em Glasgow - Daniel Leal-Olivas/AFP
3.nov.2021 - O enviado das Nações Unidas para finanças e clima, Mark Carney, na COP26, em Glasgow Imagem: Daniel Leal-Olivas/AFP

Em Glasgow

03/11/2021 09h20

A luta contra a crise climática exigirá investimentos de US$ 1 trilhão por ano nos países em desenvolvimento.

É o que diz o enviado das Nações Unidas (ONU) para finanças e clima, Mark Carney, que discursou hoje na COP26, em Glasgow.

Segundo o economista canadense, é preciso criar "novas estruturas de finanças mistas e plataformas para unir público e privado". "São necessários US$ 1 trilhão de investimentos por ano nos países em desenvolvimento", quantificou.

Se nos dois primeiros dias de novembro a cúpula climática da ONU foi dedicada aos pronunciamentos de chefes de governo e de Estado, a quarta-feira se concentra nos debates sobre o financiamento das ações contra o aquecimento global.

O Acordo de Paris, assinado em 2015, prevê um fundo de pelo menos US$ 100 bilhões por ano para países em desenvolvimento, mas até hoje esse instrumento não saiu do papel.

"Em 2015, em Paris, não havia consciência no sistema financeiro sobre a necessidade de agir sobre o clima. O objetivo da COP26 é fazer com que todas as decisões financeiras no mundo tenham o clima por trás, os investimentos verdes podem aumentar o PIB global em 2%", afirmou Carney, que é proveniente do mercado financeiro.

Outro tema econômico em discussão na cúpula de Glasgow é a precificação dos créditos de carbono, ativos pensados para recompensar países que superem suas metas de redução das emissões de gases do efeito estufa.

Esse instrumento também está previsto no Acordo de Paris, mas até hoje a comunidade internacional não chegou a um consenso sobre sua regulamentação nem sobre o preço dos créditos.

"Acreditamos que impor um preço do carbono em nível internacional seja muito importante", afirmou nesta quarta a diretora do FMI (Fundo Monetário Internacional), Kristalina Georgieva. De acordo com ela, o valor de US$ 65 por tonelada em 2030 seria "equilibrado e pragmático".