Se não dói no bolso, não há mudança, diz ativista sobre redução de emissões
Enquanto as metas estabelecidas pelo Brasil na COP26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas) são questionadas em razão da falta de planejamento, o destaque internacional positivo ficou para os Estados Unidos. Na análise da ativista e empreendedora social Kamila Camilo, a presença do presidente norte-americano Joe Biden é um "aceno à melhora" do compromisso ambiental.
"Se não envolvermos economia, se não doer no bolso, não vamos ter mudança, especialmente dos países do norte global", falou ao UOL News, diretamente de Glasgow, na Escócia, onde ocorre o evento. "O que vimos na COP com a presença de Biden foi uma grande celebração, é a volta dos Estados Unidos para o acordo de Paris", completou.
Ontem, o ministro brasileiro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, anunciou que o Brasil reduziria as emissões de poluentes para 50%, um aumento da antiga meta de 43%. A ativista, no entanto, lembrou que o índice já tinha sido acordado pelo Brasil em 2015.
No ano passado, o Brasil retrocedeu, então voltamos a um compromisso antigo. Mas, nesse compromisso, ele não mostra como vai fazer esse compromisso de fato. Muitos ativistas cobram que o Brasil esclareça esse ponto"
Kamila afirmou que ontem, no evento, jovens ambientalistas foram trazidao para ajudar a elaborar a execução das metas propostas pelo Brasil. "Precisamos que o governo se posicione e convença, temos o quê, não o como", disse.
Segundo a ativista, dois pontos relevantes para o acordo do Brasil são negociações de financiamentos e proteção às populações originárias. "O presidente da COP tem repetido que querem ouvir todas as vozes, então ativistas e povos indígenas pelo mundo dizem para darem os recursos, já que as soluções ambientais são feitas por eles há muito tempo e pedem que parem de matá-los", afirmou.
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