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Polícia e MP investigam funeral com bandeira nazista em Roma

Vídeo mostra caixão coberto com bandeira e participantes fazendo saudação nazista durante funeral de militante do movimento de extrema-direita italiano - Reprodução
Vídeo mostra caixão coberto com bandeira e participantes fazendo saudação nazista durante funeral de militante do movimento de extrema-direita italiano Imagem: Reprodução

11/01/2022 14h09

ROMA, 11 JAN (ANSA) - A Procuradoria de Roma abriu uma investigação formal nesta terça-feira (11) sobre um funeral ocorrido na capital italiana onde foi colocada uma bandeira com uma suástica nazista sobre o caixão.

O caso, que será levado adiante pela Divisão de Investigações Gerais e Operações Especiais (Digos) da Polícia de Estado e pelos carabineiros, ganhou ampla repercussão nacional após a publicação de um vídeo do site "Open".

As imagens mostram o caixão sendo retirado da igreja de Santa Lucia e as pessoas que estão no local fazem o gesto com o braço direito erguido, como ocorria durante o regime de Adolf Hitler na Alemanha. Após a saudação, a bandeira foi retirada.

Com a repercussão, foi possível apurar que o funeral era de Alessia Augello, 44 anos, militante do movimento de extrema-direita e neonazista Força Nova. A mulher faleceu após complicações de saúde por uma cirurgia e foi sepultada na segunda-feira (10).

Nesta terça-feira, a Diocese de Roma se manifestou "deplorando com firmeza" o que ocorreu do lado de fora da igreja.

"O que aconteceu ontem, na frente da paróquia de Santa Lucia, ocorreu completamente sem o conhecimento do pároco don Alessandro Zenobbi e de todo o clero paroquial, ao fim da celebração de um funeral", disse em nota, ressaltando que foi colocado sobre o caixão "um símbolo horrendo também contra o cristianismo".

A diocese ainda afirma que isso é uma "instrumentalização ideológica grave, ofensiva e inaceitável".

Essa é a segunda vez em menos de quatro meses que o grupo neonazista Força Nova se envolve em uma investigação policial.

Em outubro, membros da organização invadiram a sede de um sindicato em Roma durante uma manifestação contra o passe sanitário e contra a vacinação da Covid-19.

Além disso, entidades civis voltaram a cobrar a dissolução do Força Nova como organização política. O Senado conseguiu até aprovar uma moção sobre o caso, mas a pressão de partidos de direita "atenuou" a crise e a análise está parada.