Ucrânia diz que tropas da Rússia não estão em retirada de Kiev e Chernihiv
O Ministério da Defesa da Ucrânia afirmou nesta quarta-feira (30) que as tropas da Rússia não estão em retirada de Chernihiv e Kiev, regiões contra as quais Moscou havia prometido reduzir "radicalmente" suas atividades militares.
"O inimigo apenas retirou as unidades que sofreram as maiores perdas para reabastecê-las", disse o porta-voz da pasta, Oleksandr Motuzyanyk, acrescentando que Chernihiv continua sob assédio, com "mísseis e tiros de artilharia lançados pelas forças russas".
Na última terça (29), a Rússia anunciou uma redução "radical" das atividades militares em Kiev e Chernihiv, mas ambas foram alvos de ataques nesta quarta-feira.
A administração regional de Kiev denunciou pelo menos 30 bombardeios contra prédios residenciais e outras estruturas civis, enquanto o governador de Chernihiv, Viacheslav Chau, disse que a região foi atacada durante "a noite inteira".
Oficialmente, Moscou declara que já concluiu a primeira fase de sua "operação especial", que previa a redução da capacidade de defesa das Forças Armadas ucranianas, e que agora vai se concentrar em seu objetivo prioritário: a "liberação" do Donbass, onde ficam as regiões separatistas de Donetsk e Lugansk.
Em comunicado divulgado nesta quarta, o Ministério da Defesa russo explicou que o reagrupamento das tropas que seguiam para Kiev e Chernihiv tem como objetivo "duplicar os esforços nas áreas prioritárias, principalmente para completar a liberação do Donbass". "Os objetivos em Kiev e Chernihiv já foram alcançados", acrescentou a pasta.
Durante a manhã, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, chegou a negar que tivesse havido "algo muito promissor ou qualquer avanço" nas negociações com a Ucrânia em Istambul, mas o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, mudou o tom horas depois e afirmou que os resultados das tratativas representam um "progresso significativo".
A delegação ucraniana apresentou em Istambul uma proposta por escrito que garante sua "neutralidade", ou seja, o compromisso de não ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e seu status de país "desnuclearizado".
Em troca, o país cobra o aval da Rússia à sua candidatura a membro da União Europeia e a instituição de um mecanismo internacional de garantias de segurança similar ao artigo 5 da Otan, que determina que um ataque a um integrante da organização deve gerar uma resposta conjunta da aliança.
Esse instrumento prevê a formação de um grupo de países capazes de dar uma resposta dentro de 24 horas no caso de uma eventual agressão externa contra a Ucrânia, incluindo assistência militar, fornecimento de armas e fechamento do espaço aéreo.
Diversas nações já foram cotadas para esse mecanismo, incluindo os membros do Conselho de Segurança da ONU, Alemanha, Canadá, Israel, Itália e Turquia.
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