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China volta a alertar EUA sobre Pelosi e diz que Forças Armadas 'não ficarão só olhando'

Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos EUA - REUTERS/Jonathan Ernst
Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos EUA Imagem: REUTERS/Jonathan Ernst

Ansa, Pequim

01/08/2022 12h43

A provável visita da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, ao território de Taiwan a partir desta terça-feira (2) voltou a elevar a tensão entre norte-americanos e chineses.

Nesta segunda-feira (1º), um dos porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores de Pequim, Zhao Lijian, afirmou que as forças armadas do país "não ficarão só olhando" a democrata ir à ilha.

"Queremos advertir ainda os EUA que a China está na expectativa e que o Exército Popular de Libertação não ficará só olhando. A China adotará seguramente contramedidas decididas e fortes em defesa de sua soberania e integridade nacional. Os EUA precisam respeitar o princípio da China Única, os três comunicados sino-americanos e manter a promessa de Joe Biden de não apoiar a independência de Taiwan", disse Zhao em sua coletiva diária.

Além disso, o comando da parte do exército que cobre operações no estreito de Taiwan lançou um vídeo de cerca de dois minutos por meio do aplicativo WeChat em que mostra exercícios militares e diz para todos "ficarem prontos e combaterem para enterrar cada inimigo que chegar".

Também foi anunciado dois novos ciclos de manobras militares no Mar da China meridional e no Mar Amarelo, no estreito de Bohai, também por conta da possível visita de Pelosi.

Na primeira área marítima, segundo a mídia chinesa, haverá uma proibição de navegação total a partir do primeiro minuto desta terça-feira até o dia 6 de agosto. Na segunda, as manobras começam no mesmo momento, mas seguem até o dia 7.

Com isso, os exercícios ocorrerão durante todo o período de viagem de Pelosi pela região indo-pacífica.

A ida para Taiwan não consta na agenda oficial da presidente da Câmara, mas a mídia local dá como certa a chegada dela já na noite desta terça-feira, com encontros oficiais também na quarta-feira (3).

Até o momento, a delegação de congressistas já fez paradas no Havaí e no território norte-americano de Guam, além de ter reuniões em Singapura. E, além da possível parada em Taiwan, o grupo ainda irá para a Malásia, para a Coreia do Sul e para o Japão.

Os Estados Unidos ainda anunciaram que também iniciaram manobras militares na região em parceria com a Indonésia e outros 10 países da região. Segundo Washington, o treinamento estava planejado e ocorre desde 2007. Eles ocorrerão entre hoje e o dia 14 de agosto. Ao todo, mais de dois mil soldados norte-americanos estarão nos exercícios.

Em entrevista à "CNN" nesta segunda-feira, o porta-voz do Departamento de Defesa, John Kirby, afirmou que seu país "não foi intimidado pela retórica da China sobre Taiwan". "A viagem da presidente da Câmara é importante e nós a apoiamos", acrescentou sem confirmar se ela iria para Taiwan de fato.