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UE fecha acordo mais restritivo para reduzir emissão de gases

Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, faz anúncio de programa "Guarde gás para um inverno seguro", que propõe reduzir em 15% as demandas nos próximos meses - JOHN THYS/AFP
Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, faz anúncio de programa "Guarde gás para um inverno seguro", que propõe reduzir em 15% as demandas nos próximos meses Imagem: JOHN THYS/AFP

09/11/2022 14h18

O Conselho e o Parlamento Europeu fecharam no fim da noite desta terça-feira (8) um acordo político provisório que impõe metas ainda mais rigorosas na redução da emissão dos gases que provocam o efeito estufa em seus Estados-membros.

O documento ainda precisa ser formalizado pelos países, mas estipula que a redução em nível europeu deve ser de 40% até 2030 na comparação com os dados de 2005 para setores não cobertos pelo sistema de troca das cotas de emissão da UE (ETS), incluindo os transportes marítimo e por estradas, os edifícios públicos, a agricultura, a gestão de rejeitos e as pequenas indústrias.

Esses setores juntos respondem por cerca de 60% das emissões de gases tóxicos na atmosfera na soma dos países do bloco europeu.

O acordo mantém o aumento dos objetivos nacionais atribuídos a cada nação, como proposto pela Comissão Europeia, mas modifica a maneira com que os Estados-membros podem utilizar as flexibilidades existentes para atingir os seus objetivos.

E, levando em conta as incertezas que estão ligadas a eventos inesperados, o Conselho e o Parlamento concordaram em fazer uma atualização do documento em 2025 checando a trajetória linear das emissões fixadas para cada Estado-membro - o que pode fazer com que as taxas sejam diminuídas ou aumentadas para o período 2026-2030.

O texto ainda autoriza a compra e a venda de créditos de carbono entre os países do bloco até 10% da cota anual para os anos de 2021 a 2025 e de 15% para o período entre 2026-2030.

Para a Itália, até 2030, a redução para os setores de agricultura, transportes, edifícios e pequena indústria será de 43,7% na comparação com os dados de 2005. Atualmente, a meta estipulada é de 33%.

Outros países europeus também terão que fazer um ajuste para cima para cumprir seus objetivos: a França passa dos atuais 37% para 47,5%; a Alemanha precisará subir de 38% para 50% - mesmo percentual ajustado que terão que seguir Dinamarca, Luxemburgo, Finlândia e Suécia.

As medidas são o último passo do chamado acordo "Fit for 55", que estabelece novas metas sobre o enfrentamento às mudanças climáticas. Entre as medidas do pacote, está, por exemplo, a proibição da venda de carros novos movidos a combustíveis fósseis na próxima década.

O anúncio do acordo também ocorre enquanto o mundo se reúne em Sharm el-Sheik, no Egito, para a Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas, a COP27. (ANSA).