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Conduzido pelo Papa Francisco, funeral de Bento 16 lota Praça de São Pedro

Funeral de Bento 16 na Praça de São Pedro, no Vaticano - REUTERS/Yara Nardi
Funeral de Bento 16 na Praça de São Pedro, no Vaticano Imagem: REUTERS/Yara Nardi

05/01/2023 06h59

Após três dias de velório público, o papa Francisco celebrou hoje, em uma Praça São Pedro lotada e sob um céu nublado, o funeral do pontífice emérito Bento XVI, morto no último dia 31 de dezembro, aos 95 anos de idade.

A cerimônia reuniu dezenas de autoridades políticas e religiosas, como o presidente da Itália, Sergio Mattarella, a premiê Giorgia Meloni e representantes das igrejas católicas, do islã e do judaísmo.

"Estamos aqui com o perfume da gratidão e o unguento da esperança para demonstrar, mais uma vez, o amor que não se perde. Queremos fazê-lo com a mesma unção, sabedoria, delicadeza e dedicação que ele soube conceder ao longo dos anos", disse Francisco em sua homilia.

"Bento, que sua alegria seja perfeita ao ouvir definitivamente e para sempre a sua voz", afirmou o Papa, pedindo que Joseph Ratzinger fosse "confiado às mãos do Pai".

"Que essas mãos de misericórdia encontrem sua lâmpada acesa com o óleo do Evangelho, que ele disseminou e testemunhou durante sua vida", acrescentou.

Essa é apenas a segunda vez na história que um papa celebra o rito fúnebre de seu antecessor. A outra foi em 1802, quando Pio VII presidiu o funeral religioso de Pio VI, que havia morrido dois anos e meio antes, quando vivia exilado como prisioneiro de Napoleão Bonaparte.

Em meio à multidão, fiéis levantaram bandeiras da Alemanha, país de origem de Ratzinger, e cartazes com frases de agradecimento a Bento XVI ou pedindo sua canonização. Os espectadores - alguns deles com roupas típicas do estado alemão da Baviera - também deram um longo aplauso na entrada do caixão do papa emérito na praça.

O funeral reúne 130 cardeais, 300 bispos e 3,7 mil padres do mundo todo, que chegaram ao Vaticano ao longo dos últimos dias.

Na primeira fila, à direita do caixão (sobre o qual foi colocado um Evangelho aberto), estão o arcebispo Georg Ganswein, secretário particular de Bento XVI durante seu pontificado e após a renúncia, e as "memores", laicas consagradas que auxiliaram nos cuidados a Ratzinger.

O corpo de Bento XVI foi fechado na urna com moedas e medalhas cunhadas durante seu pontificado, bem como os pálios (colarinhos de lã branca utilizados por papas e arcebispos) que ele usava em suas vestes litúrgicas.

O esquife foi feito com revestimento triplo, sendo o primeiro de cipreste, o segundo de zinco e o terceiro de carvalho, e, após o funeral, será sepultado nas criptas da Basílica de São Pedro, na antiga tumba de São João Paulo II, cujo corpo foi levado para a parte de cima do templo após sua beatificação, em 2011.