Fiscalização e crédito verde: como Agricultura quer melhorar imagem do país
Uma das primeiras missões do recém-empossado ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), será elaborar um "plano" para melhorar a imagem do agronegócio brasileiro no mercado internacional.
Várias frentes deverão ser priorizadas para intensificar a exportação e novos investimentos, como:
- Investimento em programas de crédito verdes
- Fiscalização contra desmatamento ilegal
- Recuperação de pastagens degradas
- Incentivo à integração lavoura e pecuária, que deve ser lançado no Plano Safra
Ao UOL o ministro informou que a estratégia para reverter o mau cenário será "pauta constante" da pasta desde a primeira semana de governo. Com isso, pretende ainda intensificar as agendas com agentes internacionais nas próximas semanas.
Ele já se reuniu com autoridades estrangeiras ainda nos primeiros dias de governo, como com a ministra do Meio Ambiente, Agricultura e Assuntos Rurais do Reino Unido, Thérèse Coffey, para tratar sobre segurança alimentar.
Fávaro tem trabalhado para escolher a composição das secretarias da pasta. O ministro alinhará as demandas com o futuro secretário de Comércio e Relações Internacionais da pasta, Roberto Perosa.
Busca por sustentabilidade. O mercado internacional, principalmente o europeu, tem ficado cada vez mais exigente com o rastro de sustentabilidade dos produtos que consome e chega a rejeitar, por exemplo, carne que tenha sido produzida em áreas de desmatamento.
Durante sua posse, Fávaro deixou claro ser necessário recuperar a reputação do agro brasileiro no exterior:
"O Brasil se tornou pária mundial com o desrespeito ao desmatamento, ao meio ambiente, à condição de produzir com sustentabilidade. Esse é o maior desafio: reconstruir pontes com a comunidade internacional, não só porque eles querem, mas porque é necessário"
A sinalização de que pretende navegar no mesmo barco da ambientalista já começou ontem (4), quando Fávaro marcou presença na cerimônia de posse da ministra no Palácio do Planalto.
Quais os caminhos possíveis para a parceira?
- Ampliar programas como o voltado para a agricultura de baixo carbono
- Voltar a fiscalizar e cobrar multas de desmatamento
Como o UOL mostrou, Bolsonaro abriu mão de ao menos R$ 18 bilhões em multas.
Qual será o papel de Lula? De olho nisso, o presidente começou a trabalhar essa imagem mesmo antes de tomar posse.
Durante sua visita na COP27, disse que o "Brasil está de volta" ao debate climático global, citou o desafio de enfrentar o aquecimento global em meio a múltiplas crises e destacou que "não existem dois planetas Terra".
O presidente deverá ainda viajar à China, maior parceira comercial do Brasil, ainda no primeiro trimestre de gestão.
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