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Vaticano estaria estudando 'plano B' para celebrações da Páscoa

Papa Francisco participa de sua primeira audiência geral no Vaticano desde a morte de Bento 16 - 4.jan.2023 - Vatican Media/via Reuters
Papa Francisco participa de sua primeira audiência geral no Vaticano desde a morte de Bento 16 Imagem: 4.jan.2023 - Vatican Media/via Reuters

Fausto Gasparroni

29/03/2023 16h20Atualizada em 29/03/2023 17h08

Foi para todos o clássico raio em céu azul a inesperada internação do papa Francisco nesta quarta-feira (29), no hospital Policlínico Gemelli, em Roma, onde chegou com uma ambulância por conta de uma "infecção respiratória".

Há pouco, o Vaticano confirmou que o líder católico ficará internado por conta do problema e agradeceu pelas orações pela saúde do pontífice.

O chefe da Igreja Católica apareceu pela manhã muito sereno durante a audiência geral - tirando as já conhecidas dificuldades de locomoção por conta das dores no joelho -, deu sua volta com o "papamóvel" junto a cinco crianças que subiram a bordo, fez sua catequese de maneira animada e, ao fim, ainda brincou e sorriu na hora do "beija mãos" e na foto com um grupo de cardeais.

Só mostrou alguma dificuldade quando se levantou da cadeira de rodas para entrar no "papamóvel" que o conduziu de volta à Casa Santa Marta, onde teria sofrido o mal-estar que o levou para o hospital.

Algumas horas depois, o inesperado anúncio do porta-voz Matteo Bruni, às 16h09 (hora local), para os jornalistas. "O Santo Padre está nessa tarde no Gemelli para alguns exames agendados". A notícia rodou o mundo imediatamente.

Rapidamente também começaram os comentários e as hipóteses, com apenas uma clara evidência: os "exames agendados" eram muito mais uma tentativa de não difundir um alarmismo excessivo. De programado, na verdade, tinha bem pouco no transporte do Papa ao Gemelli porque precisou-se cancelar a entrevista para a apresentadora Lorena Bianchetti que seria hoje.

Porém, começava a surgir no staff mais próximo a Francisco - incluindo a parte da segurança - a mobilização para passar a noite no hospital universitário. Soube-se que foram canceladas todas as audiências previstas para amanhã e sexta-feira. E, de dentro da Santa Sé, debatia-se "como abrir espaço na agenda para que os exames pudessem prosseguir pelo tempo necessário".

O certo é que Francisco estava no apartamento do 10º andar, na chamada "área dos Papas", já usada por ele durante os 10 dias que precisou ficar após a operação no cólon, e usado antes várias vezes por João Paulo II.

Já na metade da noite italiana, soube-se de fontes médicas que todos os exames haviam sido feitos e, em particular, que a Tomografia Computadorizada do Tórax tinha dado resultado negativo enquanto o monitoramento da saturação estava dentro do normal. Não haviam problemas cardíacos. Os exames adicionais foram feitos para excluir problemas mais graves.

Agora, o Papa ficará no Gemelli pelo tempo necessário, mesmo que a Semana Santa esteja se aproximando, com todos os seus compromissos pastorais - e intensos.

No Vaticano, já estaria sendo discutido um "plano alternativo" para a celebração dos Ramos (2 de abril) e do Tríduo Pascal (5 a 8 de abril).

Por enquanto, a "infecção respiratória" não causa preocupação excessiva, mesmo em um paciente de 86 anos como Francisco, em que é preciso considerar que não tem parte do pulmão após uma cirurgia que ele fez quando era seminarista na Argentina por conta de uma pneumonia.

Já é certeza que o Papa não tem Covid-19, nem broncopneumonia crônica obstrutiva e nem fibrose pulmonar idiopática, doenças que poderiam atingir o aparelho respiratório e que foram feitos exames específicos nesta quarta.