Conteúdo publicado há 10 meses

Papa já chamou padre Júlio de 'mensageiro de Deus' em discurso

Possível alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal de São Paulo, o padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo, já foi tema de um discurso do papa Francisco no Vaticano e já conversou sobre seu trabalho, por telefone, com o pontífice.

"Consegui ligar para um padre italiano [o sacerdote é descendente de imigrantes] idoso, missionário da juventude no Brasil, sempre trabalhando com os excluídos, com os pobres. E vive essa velhice em paz, consumiu sua vida com os pobres. Esta é a nossa Mãe Igreja, este é o mensageiro de Deus", disse Jorge Bergolio, em 2020.

Na época, a O São Paulo (jornal da Arquidiocese de São Paulo), o sacerdote paulista relatou a ligação, quando o Papa disse ter visto fotos do atendimento à população de rua em meio à pandemia, que recebeu através do Vatican News.

"O Papa disse que nos acompanha com carinho, sabe das dificuldades que vivemos e para que não desanimemos e tenhamos coragem, como Jesus, estando sempre junto dos pobres", disse Lancellotti, acrescentando que o pontífice pediu que ele transmitisse à população de rua que os ama muito, os abençoou, e pede suas orações por ele.

A Arquidiocese de São Paulo, chefiada pelo cardeal dom Odílio Scherer, repudiou a possível criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que teria como alvo o padre Júlio Lancellotti, conhecido por seu trabalho social, promovida por grupos conservadores na Câmara Municipal paulistana.

O vereador Rubinho Nunes (União Brasil), com apoio de vereadores bolsonaristas do Partido Liberal (PL), propôs em dezembro a instalação da CPI das ONGs para investigar "irregularidades" no trabalho na Cracolândia, no centro da cidade.

A CPI já colheu as assinaturas necessárias para a criação da CPI e é possível que ela seja instalada em fevereiro após o recesso da Câmara Municipal, mas há outros projetos na fila.

Após a repercussão negativa, os vereadores Xexéu Tripoli (PSDB), Sidney Cruz (SD), Thammy Miranda (PL) e Sandra Tadeu (União) retiraram os apoios, afirmando que não sabiam que a investigação teria o religioso como alvo.

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