Bósnia-Herzegóvina vive onda de protestos violentos
A Bósnia-Herzegóvina está passando pela maior onda de revoltas desde o fim da Guerra de 1992-95. As principais causas da crise são as altas taxas de desemprego e a inabilidade dos políticos para contornar a situação.
"Duas décadas após o cerco a Sarajevo, a Bósnia saiu do radar internacional e seu povo se sente esquecido não só pelo mundo mas por seu próprio governo", afirmou o correspondente da BBC nos Balcãs, Guy De Launey .
Segundo ele, a administração pública está dividida em grupos étnicos que não conseguem se entender - a não ser na hora de aprovar seus altos salários.
Até documentos de identificação deixam de ser emitidos devido à política influenciada pelas questões étnicas, de acordo com Launey.
Centenas de pessoas foram feridas em três dias de protestos. A polícia usou balas de borracha e gás lacrimogênio para tentar controlar a crise na capital Sarajevo e na cidade nortista de Tuzla.
Fumaça negra pôde ser vista saindo do edifício presidencial em Sarajevo
O jornal da capital Dnevni Avaz afirmou que a polícia usou canhões de água para dispersar os manifestantes que atiravam pedras na sede do governo. Houve também relatos sobre uma suposta tentativa de invasão do edifício.
Os bombeiros não conseguiram chegar ao edifício em chamas, segundo o jornal. Ao menos 13 unidades tentaram chegar ao local.
Na quinta-feira, choques entre a polícia e manifestantes em Tuzla deixaram mais de 130 pessoas feridas, a maioria policiais.
"O povo protesta porque está com fome, porque não há emprego. Nós exigimos a renúncia do governo", disse o trabalhador da construção civil Nihad Karac à agência AFP.
Cerca de 40% dos bósnios estão desempregados. A onda de protestos começou em Tuzla nesta semana com o fechamento e a venda de fábricas que empregavam a maior parte da população local.
O tumulto deflagrou outras manifestações em diversas cidades, incluindo Mostar, Zenica e Bihac, onde grupos de manifestantes agiram em apoio a Tuzla.
Centenas de pessoas também se reuniram em apoio na capital Bósnia Sérvia, Banja Luka.
A mídia local afirmou que primeiros ministros de dois distritos da Bósnia - Sead Causevic de Tuzla e Munib Husejnagic de Zenica-Doboj - podem renunciar.
Exasperação
O correspondente Guy De Launey afirmou que a exasperação provocada por anos de inércia e incompetência na Bósnia está na raiz dos protestos.
A Bósnia-Herzegóvina possui duas entidades separadas: a Federação Bósnio-Croata da Bósnia-Herzegóvina e a República Bósnia Sérvia, ou República Srpska. Cada uma tem seu presidente, governo, Parlamento, polícia e outros órgãos.
O quadro administrativo complexo e as divisões profundas levaram a uma estagnação política e tornaram a administração vulnerável à corrupção.
Zeljko Komsic, membro da Presidência bósnia, culpou os próprios políticos pelos protestos.
O problema "tem se acumulado por muitos anos, mas a situação agora escalou", afirmou à imprensa.
Ele também teria dito que reuniria as lideranças do país para uma reunião urgente.
"Duas décadas após o cerco a Sarajevo, a Bósnia saiu do radar internacional e seu povo se sente esquecido não só pelo mundo mas por seu próprio governo", afirmou o correspondente da BBC nos Balcãs, Guy De Launey .
Segundo ele, a administração pública está dividida em grupos étnicos que não conseguem se entender - a não ser na hora de aprovar seus altos salários.
Até documentos de identificação deixam de ser emitidos devido à política influenciada pelas questões étnicas, de acordo com Launey.
Centenas de pessoas foram feridas em três dias de protestos. A polícia usou balas de borracha e gás lacrimogênio para tentar controlar a crise na capital Sarajevo e na cidade nortista de Tuzla.
Fumaça negra pôde ser vista saindo do edifício presidencial em Sarajevo
O jornal da capital Dnevni Avaz afirmou que a polícia usou canhões de água para dispersar os manifestantes que atiravam pedras na sede do governo. Houve também relatos sobre uma suposta tentativa de invasão do edifício.
Os bombeiros não conseguiram chegar ao edifício em chamas, segundo o jornal. Ao menos 13 unidades tentaram chegar ao local.
Na quinta-feira, choques entre a polícia e manifestantes em Tuzla deixaram mais de 130 pessoas feridas, a maioria policiais.
"O povo protesta porque está com fome, porque não há emprego. Nós exigimos a renúncia do governo", disse o trabalhador da construção civil Nihad Karac à agência AFP.
Cerca de 40% dos bósnios estão desempregados. A onda de protestos começou em Tuzla nesta semana com o fechamento e a venda de fábricas que empregavam a maior parte da população local.
O tumulto deflagrou outras manifestações em diversas cidades, incluindo Mostar, Zenica e Bihac, onde grupos de manifestantes agiram em apoio a Tuzla.
Centenas de pessoas também se reuniram em apoio na capital Bósnia Sérvia, Banja Luka.
A mídia local afirmou que primeiros ministros de dois distritos da Bósnia - Sead Causevic de Tuzla e Munib Husejnagic de Zenica-Doboj - podem renunciar.
Exasperação
O correspondente Guy De Launey afirmou que a exasperação provocada por anos de inércia e incompetência na Bósnia está na raiz dos protestos.
A Bósnia-Herzegóvina possui duas entidades separadas: a Federação Bósnio-Croata da Bósnia-Herzegóvina e a República Bósnia Sérvia, ou República Srpska. Cada uma tem seu presidente, governo, Parlamento, polícia e outros órgãos.
O quadro administrativo complexo e as divisões profundas levaram a uma estagnação política e tornaram a administração vulnerável à corrupção.
Zeljko Komsic, membro da Presidência bósnia, culpou os próprios políticos pelos protestos.
O problema "tem se acumulado por muitos anos, mas a situação agora escalou", afirmou à imprensa.
Ele também teria dito que reuniria as lideranças do país para uma reunião urgente.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.