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81, 54, 28: A matemática da batalha do impeachment no Senado

26/08/2016 11h42

Inicialmente, os cálculos pareciam favoráveis à economista Dilma Rousseff.

Afinal, a possibilidade de dois terços dos deputados votarem para abrir um processo de impeachment contra a presidente eleita com as duas maiores coligações partidárias da história brasileira soava remota.

Mas o avanço da crise - econômica e política - embaralhou essa equação, e a petista sofreu derrotas nas votações até agora no Congresso.

Confira os números que ditarão o julgamento final de Dilma no Senado, a matemática que pode salvar seu mandato e as combinações que conduziram a presidente ao ponto atual:

81

Essa é a quantidade de votos em jogo no Senado, Casa onde Dilma vem sendo processada e julgada.

O PT e o PC do B, partidos mais fiéis ao governo, somam apenas 11 senadores (10 do PT e um do PC do B). O PSDB tem 11 senadores e o PMDB, 19, dos quais 13 já declararam voto contra Dilma.

54

São os votos mínimos necessários em um julgamento de impeachment para que um presidente da República perca seu cargo em definitivo. O número corresponde a dois terços dos senadores.

Eles terão de anunciar seus votos durante a etapa final do processo, que está sendo presidido pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski.

55 e 59

Foram os votos contrários à petista nas duas vezes em que senadores analisaram o caso.

Em ambas as vezes, ela precisava do apoio de 41 dos 81 parlamentares para que o caso fosse encerrado - o número corresponde à metade + 1 dos integrantes da Casa.

Na primeira votação, em 12 de maio, quando o Senado decidiu abrir o processo, Dilma obteve apenas 22 votos a seu favor e, com isso, foi afastada para ser processada.

Na segunda votação, em 10 de agosto, o resultado foi ainda pior: Dilma conseguiu apenas 21 votos em sua última chance de evitar o julgamento.

O parecer do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG) foi aprovado pelo plenário do Senado e o caso seguiu para o julgamento final.

28

Esses são os votos que a petista precisa ter a seu favor no Senado para manter seu mandato - isso não significa, porém, que todos têm de ser contrários ao impeachment.

Seriam computados nessa conta, além dos "nãos", eventuais ausências e abstenções.

O número é inferior aos 54 votos necessários para cassá-la de vez, mas, considerando o retrospecto de votações do impeachment, é difícil de ser alcançado.

34

Foram os votos, ausências e abstenções que faltaram para que o impeachment fosse derrotado ainda na Câmara.

Do total de 513 deputados, 342 precisavam ser favoráveis ao afastamento para que o caso avançasse ao Senado.

Houve oposição suficiente à petista e o lado pró-impeachment ainda obteve 25 votos a mais na votação histórica encerrada em 17 de abril.

Na ocasião, 367 deputados defenderam que a presidente fosse julgada, e apenas 137 se posicionaram contra a abertura do processo.

A participação da Câmara no caso terminou ali, mas com um gesto claro de desaprovação à gestão de Dilma.

15 e 14

Relator do impeachment no Senado, Antonio Anastasia (PSDB-MG) produziu dois pareceres ao longo da tramitação do processo na Casa.

Os dois relatórios foram alvo de votação na comissão especial do impeachment, que contava com 21 senadores.

E ambos obtiveram vitórias fáceis: o primeiro, que recomendava a abertura do processo, obteve 15 votos a favor; o segundo, favorável à acusação e ao julgamento, obteve 14.

As duas votações foram interpretadas como termômetro das decisões seguintes na Casa - nas duas vezes em que se manifestou, o plenário do Senado seguiu a comissão e decidiu contra Dilma.

8

É o número de anos que a presidente afastada ficará inelegível caso sofra o impeachment.

Em meses, são 96. Em dias, 2.922. Ao fim desse período, Dilma Rousseff teria 76 anos de idade.