As 6 armas 'invencíveis' apresentadas pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, em resposta aos EUA
"Bola de fogo hipersônica" e armas com raio laser: pela descrição, alguns dos armamentos anunciados pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, parecem ter sido retirados de "Star Wars" ou de outro filme de ficção científica.
Mas, segundo Putin, eles "existem". E são "invencíveis".
Em discurso ao parlamento russo, o presidente disse que as armas foram criadas em resposta ao sistema de defesa com mísseis dos Estados Unidos.
"Antes de termos armas, ninguém nos escutava. Que nos escutem agora", afirmou.
Ele só apresentou seis tipos de armamentos, mas garantiu que a lista é maior. "Ninguém no mundo tem algo igual, por enquanto. É algo fantástico", disse, em um discurso que fez lembrar os anos mais controversos da Guerra Fria.
Mas, até agora, o governo russo não mostrou provas da existência dessas armas e, até o momento, nenhuma fonte independente confirmou a existência e potência delas.
O Pentágono, que recentemente anunciou uma nova política nuclear, disse que não se surpreendeu com o anúncio.
"Temos observado a Rússia durante muito tempo. Não estamos surpresos. Essas armas estão sendo desenvolvidas há anos", disse a porta-voz do Departamento de Defesa, Dana White, durante encontro com jornalistas, embora não tenha feito comentários sobre a alegada "superpotência" das armas.
O Departamento de Estado dos EUA afirmou que Moscou tem demonstrado estar violando o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, o Tratado INF, assinado em 1987, que previa que as duas potências eliminassem mísseis balísticos e de cruzeiro com capacidade nuclear ou não e com alcance entre 500 e 5 mil km.
Mas o que se sabe sobre essas novas armas russas?
1. Sarmat: Sistema pesado de mísseis intercontinentais
É também chamado de Satã 2. Putin assegurou que os testes desse novo sistema de mísseis "entraram na fase ativa".
De acordo com Richard Galpin, repórter especialista em assuntos internacionais da BBC, o Sarmat é apresentado como um substituto aos mísseis Voyevoda da era Soviética, mas com capacidade muito maior.
Ele tem uma autonomia de voo ativo curta, mas é mais difícil de ser interceptado por sistemas de defesa antimísseis e possui ogivas mais poderosas.
"Será equipado com uma ampla gama de ogivas nucleares de alto rendimento, incluindo as hipersônicas, e os sistemas mais poderosos de penetração de defesa antimísseis", afirmou Putin.
O presidente disse ainda que o "novo sistema praticamente não tem limite de alcance" e que "pode atacar alvos tanto no Polo Norte quanto no Polo Sul".
"Devido a suas características, nenhum sistema de defesa antimísseis, nem sequer os que ainda serão criados, serão obstáculos para ele", acrescentou.
2. Míssil de cruzeiro com propulsor nuclear 'de alcance ilimitado'
Segundo Putin, se trata de um novo tipo de arma estratégica que não usa rotas de voos balísticos em seu trajeto até o objetivo, o que significa que os sistemas de defesa antimísseis são ineficazes para contê-los.
Ele explicou que se trata de um míssil de cruzeiro similar ao KH-101 ou o Tomahawk norte-americano, mas que possui uma planta nuclear "superpoderosa" de pequeno porte.
De acordo com Putin, esse míssil tem alcance de voo "ilimitado" e uma trajetória de voo "imprevisível". Também neste caso, o presidente russo garantiu que a arma não pode ser interceptada "por todos os sistemas existentes e futuros de defesa antimísseis e defesa aérea".
O comandante das Forças Armadas russas afirmou que o país testou pela última vez este míssil no final de 2017, com resultados positivos.
3. Veículos subaquáticos não tripulados com propulsão nuclear
Além dos armamentos terrestres e aéreos, Putin mencionou veículos para serem usados no mar.
"Posso dizer que desenvolvemos veículos subaquáticos não tripulados que podem operar em grandes profundidades, com alcance intercontinental e uma velocidade muito maior que a dos submarinos ou qualquer tipo de embarcação de superfície, inclusive as mais rápidas", afirmou.
De acordo com o presidente russo, esses veículos são silenciosos, de fácil maneabilidade e "praticamente invulneráveis".
4. Kinzhal: Sistema de mísseis hipersônicos de lançamento aéreo
Kinzhal foi a denominação que Putin usou para a nova "arma hipersônica" russa.
Segundo o presidente, é uma plataforma de lançamento aéreo hipersônico de alta precisão, e sua velocidade a torna "invulnerável" às defesas antiaéreas existentes.
Ele também informou que o sistema se encontra desde dezembro em "serviço de combate experimental" nos aeródromos do Distrito Militar do Sul.
Entre outras características ele destacou seu alto rendimento, alcance de mais de 2 mil km e grande velocidade.
5. Sistema de mísseis estratégicos com unidade hipersônica de planejamento
Segundo Putin, se trata de um "tipo completamente novo de arma", cujos testes também foram concluídos com êxito.
O presidente afirma que o que distingue esta de outras armas é a capacidade de voar na atmosfera por distâncias intercontinentais em uma velocidade hipersônica de mais de 24,5 mil km/h.
Seria ainda capaz de fazer manobras laterais e verticais, o que a tornaria "invulnerável" a todos os sistemas antimísseis, segundo Putin.
O líder russo sugeriu que esse tipo de projétil viaja até o alvo como um "meteorito ou uma bola de fogo" e que a temperatura na sua superfície alcança entre 1,6 mil e 2 mil graus Celsius.
Mas ele não apresentou provas do armamento.
"Por razões óbvias, não podemos mostrar hoje como é realmente este sistema ou aparência real. Mas asseguramos que existe e que funciona bem. Além disso, as empresas industriais russas começaram uma produção em série deste sistema e de outro novo tipo de arma estratégica russa", afirmou.
6. Sistema de armas a laser
Putin assegurou que seu país havia dado um passo notável, também, na criação de "armas a laser".
"Isso já não é uma teoria ou um plano. Temos desde o ano passado um sistema de combate a laser", disse.
Ele também não deu detalhes, provas nem o nome do projeto sob o argumento de que "não é o momento adequado" para fazer isso.
No entanto, afirmou que a existência desse sistema multiplica a capacidade da Rússia de garantir sua segurança.
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