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Duas vítimas e suspeito morrem após ataque em Londres

Peter Nicholls/Reuters
Imagem: Peter Nicholls/Reuters

Da BBC

29/11/2019 12h30

Fontes do governo confirmaram mortes à BBC; suspeito de cometer o ataque com faca foi morto a tiro pela polícia.

Este texto foi atualizado às 23h.

Várias pessoas foram esfaqueadas e um homem foi baleado e morto pela polícia na tarde desta sexta-feira (29/11) na London Bridge, região central de Londres. A polícia metropolitana de Londres classificou o ataque como um "incidente terrorista", enquanto o serviço de emergência londrino disse que era um "grave incidente".

A Polícia afirma que duas pessoas morreram e três ficaram feridas. Uma pessoa está em uma condição crítica, mas estável, outra está estável e uma terceira pessoa tem ferimentos menos graves, disse o serviço de saúde britânico.

Acredita-se que o autor do ataque estava usando um artefato explosivo falso, de acordo com a polícia, que foi chamada por causa de um esfaqueamento em um local perto da ponte pouco antes das 14h (11h no horário de Brasília).

"Como era de se esperar, pela natureza do incidente, respondemos como se fosse um incidente terrorista. Posso confirmar que o caso foi declarado como um incidente terrorista", disse o representante da polícia na entrevista coletiva, Neil Basu. Sobre a motivação, ele diz que "não é apropriado especular" neste momento.

Identificado como Usman Khan, de 28 anos, o autor do ataque era um ex-prisioneiro condenado por crimes de terrorismo em 2012, disse a polícia. Ele tinha recebido uma licença para sair da prisão, sob monitoramento, em dezembro passado. Ele foi morto a tiros por policiais depois de ser contido por cidadãos.

Buscas estão sendo feitas no endereço onde ele morava, no Condado de Staffordshire. A polícia informou que, no momento, não se procura nenhuma outra pessoa que possa ter relação com o incidente.

O jornalista da BBC John McManus, que estava na região, disse que viu um grupo de homens brigando na ponte. A polícia então chegou e houve troca de tiros, disse ele.

"Há alguns minutos eu estava andando pela London Bridge na parte sul em direção à parte norte. Parecia haver uma briga do outro lado da ponte, com vários homens atacando um homem. A polícia então chegou rapidamente, inclusive polícia armada, e vários tiros foram disparados em direção ao homem", disse McManus ao canal da BBC News.

O sistema de transporte britânico chegou a fechar a estação de metrô que fica no local, mas ela já foi reaberta. O entorno da ponte, no entanto, segue com acesso bloqueado.

Em uma entrevista coletiva, a chefe da Polícia, Cressida Dick, disse que a corporação ainda está trabalhando para identificar as duas pessoas que morreram como resultado do ataque e pediu que aqueles que suspeitem que seus entes queridos estivessem na região naquele momento e não tenham sido encontrados até o momento procurem as autoridades.

Ela disse ainda que o ataque começou no lado norte da London Bridge e que os agentes enfrentaram "bravamente e profissionalmente" o suspeito apenas cinco minutos depois que a polícia foi chamada.

O especialista em segurança da BBC Frank Gardner diz que pode parecer estranho o uso de um colete suicida explosivo falso. Mas, na verdade, ele tem dois objetivos: aumentar o pânico do público e, em alguns casos, garantir que a polícia atire no usuário.

Para alguns agressores, esse 'martírio' é preferível a ser capturado, julgado e submetido a longos anos de prisão.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, fez um pronunciamento em que elogiou a coragem dos funcionários dos serviços de emergência, bem como "a extraordinária bravura dos membros do público que intervieram fisicamente para proteger a vida de outras pessoas".

"Para mim, eles representam o melhor do nosso país e agradeço a eles em nome de todos", disse ele.

Johnson diz ter ficado triste de saber que algumas pessoas foram feridas no ataque e "sentimos por elas e seus entes queridos".

"Posso garantir a todos que qualquer pessoa envolvida neste crime, nesses ataques, será levada à justiça", disse ele.

"E acho que a mensagem que enviamos a eles e a qualquer pessoa associada a esse tipo de ataque é que este país nunca será intimidado ou dividido por causa desse tipo de ataque e nossos valores, nossos valores britânicos, prevalecerão."

O primeiro-ministro disse ainda que, até onde se sabe, o incidente está "sob controle", mas pediu que as pessoas fiquem vigilantes.

Falando antes de uma reunião de emergência do governo, na noite de sexta-feira, Boris Johnson disse: "Há muito tempo argumento que é um erro permitir que criminosos sérios e violentos saiam da prisão mais cedo. É muito importante abandonar esse hábito e aplicar as sentenças apropriadas para criminosos perigosos, especialmente para terroristas, que acho que é o que o público deseja ver".

O prefeito de Londres, Sadiq Khan, elogiou a coragem das pessoas que "correram em direção ao perigo sem nem mesmo saber o que as esperava", e disse que a população não seria dividida pelo ocorrido.

"Sou prefeito da maior cidade do mundo. Um dos nossos pontos fortes é a nossa diversidade. Mas sabemos que existem pessoas por aí que odeiam nossa diversidade e tentam nos dividir. O que é surpreendente hoje é que vimos em um indivíduo, o suspeito, o pior da humanidade, mas também vimos na resposta de membros do público, mas também de nossos serviços de emergência, o melhor da humanidade. A mensagem que quero enviar hoje é que não permitiremos que ninguém nos divida", disse Khan.

Testemunhas falaram com a BBC sobre o que viram.

Amanda Hunter, que estava em um ônibus na London Bridge no momento, disse: "De repente [o ônibus] parou e houve uma comoção. Eu olhei para fora da janela e vi três policiais em cima de um homem... Parecia haver algo em sua mão, não tenho 100% de certeza. Então um dos policiais atiraram nele."

Noa Bodner, uma mulher que está presa dentro de um restaurante na região da ponte, disse à BBC News que um grupo de pessoas entrou no restaurante e que "todo mundo basicamente pulou para se esconder debaixo das mesas".

"Nos disseram para ficar longe das janelas. Houve pessoas que entraram dizendo que tiros haviam sido disparados."

Ela disse que a gerente correu para trancar as portas e que a equipe do restaurante disse para as pessoas ficarem longe da entrada do restaurante.

De acordo com Bodner, o clima estava "calmo". "Algumas pessoas estava um pouco nervosas, mas estavam sendo atendidas por amigos ou funcionários do restaurante."

A London Bridge é o mesmo local onde vários pedestres foram atropeladas em uma série de ataques terroristas que aconteceram na capital britânica em 3 de junho de 2017.

Na ocasião, pelo menos três homens atropelaram os pedestres e, após saírem do carro, esfaquearam várias pessoas no Burough Market, um famoso mercado de alimentos da cidade, e em um restaurante próximo. Pelo menos oito pessoas foram mortas no atentado e dezenas ficaram feridas. A polícia, que chegou no local em oito minutos, matou os agressores.

Ataque na Holanda

Três pessoas ficaram feridas em um ataque a facadas numa loja de departamentos em uma movimentada rua comercial de Haia, segundo a polícia holandesa.

A polícia está procurando por um homem com idade entre 45 e 50 anos, vestindo um agasalho cinza, que eles acreditam estar por trás do ataque.

Imagens nas mídias sociais mostraram serviços de emergência no local em meio a multidões de compradores da Black Friday. A condição dos feridos e o motivo do ataque continuam incertos.

O incidente aconteceu na loja Hudson's Bay, na principal praça de lojas da cidade, segundo informações locais. A polícia instou o público a contatá-la se encontrarem alguém que corresponda à descrição do suspeito.

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