Quem é Eduardo Pazuello, o general que assume interinamente o Ministério da Saúde
Militar se define como 'um executante' e admite que é 'leigo' em questões técnicas da área de saúde. General assume o Ministério da Saúde, a princípio de forma interina, após a demissão de Nelson Teich
O general-de-divisão Eduardo Pazuello é o mais novo militar a chegar ao primeiro escalão do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). O militar, que vinha atuando como secretário-executivo do Ministério da Saúde, assumiu interinamente a pasta depois da saída do médico oncologista Nelson Teich.
Assim como Jair Bolsonaro, Pazuello se graduou na Academia Militar das Agulhas Negras, a Aman, em Resende (RJ), como Oficial de Intendência. No Exército, é o militar especializado em tarefas administrativas ou logísticas.
O general chegou a Brasília no dia 20 de abril, com a missão de coordenar a transição entre as gestões de Luiz Henrique Mandetta (DEM), que pedira demissão dias antes, e Nelson Teich.
Pazuello é o nono ministro de origem militar no governo Bolsonaro. Pessoas com origem na caserna já ocupam agora quase metade dos 22 postos do primeiro escalão do governo.
Diferentemente de outros integrantes militares da equipe de Bolsonaro, porém, Pazuello é um militar da ativa. Antes de vir para Brasília, o general de três estrelas comandava a 12ª Região Militar da Amazônia, em Manaus (AM).
O novo comandante da saúde é natural do Rio de Janeiro, Estado onde Jair Bolsonaro fez sua carreira política. No Estado, comandou um batalhão de paraquedistas e foi diretor do Depósito Central de Munição.
Pazuello chegou ao posto de general em 2014, e uma de suas primeiras tarefas neste posto foi como coordenador logístico das tropas do Exército que deram apoio à realização dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.
O militar também comandou a Operação Acolhida, que é o trabalho do Exército Brasileiro no atendimento a imigrantes que chegam aos municípios de Boa Vista (RR) e Pacaraima (RR).
'Ministro montará a equipe e eu sairei'
Quando chegou a Brasília, Pazuello dizia que sua missão no ministério era "temporária", apenas organizar a transição entre Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.
"Imagina: no meio da guerra, com o carro rodando, necessita fazer a troca do ministro e ele entra sozinho, tendo de encontrar um monte de gente para trabalhar (...). Ao final de um período, o ministro estará com todos os nomes que ele escolheu e eu estarei saindo, voltando para a minha tropa", disse Pazuello em entrevista ao site da revista Veja, em 21 de abril.
Na mesma entrevista, Pazuello admitiu que não tinha qualquer afinidade com a área médica e disse que seu conhecimento sobre o assunto é de "leigo". Pazuello defendeu, porém, que o país tivesse mais cuidado com os dados utilizados no combate à pandemia.
"O meu grau de conhecimento específico, técnico, de médico, é leigo. A gente observa que dados precisam ser melhorados, a gente precisa ter números mais fidedignos, com menos risco de manipulação, para que se definam as estratégias em cima de dados reais. Se você não tiver certeza absoluta dos dados, tudo o que você planejar não tem resultado", disse ele.
Desde que chegou ao ministério, Pazuello passou a ser tratado como uma espécie de "eminência parda" mesmo sendo o número 2 na hierarquia, era percebido por muitos como tendo mais poder do que o ex-ministro Nelson Teich. Ele, porém, negava que fosse este o caso.
Dentro da pasta, vinha cuidando de organizar as compras de equipamentos e insumos feitas pelo Ministério da Saúde. Era, por isso, procurado com frequência por prefeitos e governadores.
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