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Covid: como Nova Zelândia foi de 'exemplo' a país com maior índice de mortes

Premiê Jacinda Ardern acredita que números de covid podem começar a cair, mas especialistas advertem para possível nova onda de ômicron - Getty Images
Premiê Jacinda Ardern acredita que números de covid podem começar a cair, mas especialistas advertem para possível nova onda de ômicron Imagem: Getty Images

26/07/2022 11h30

Especialistas temem que país possa estar no começo de segunda onda de ômicron; idosos são principais vítimas.

Um país que já teve a política mais agressiva de controle do coronavírus está enfrentando temores de uma nova onda da doença — e atualmente registra o maior número de mortes no mundo pela covid-19.

A Nova Zelândia vem observando um forte aumento no número de casos, mortes e hospitalizações no mês de julho. Especialistas temem que o país pode estar no começo de uma segunda onda da variante ômicron.

Na segunda-feira (25/7), 836 pessoas estavam hospitalizadas por covid no país ? um aumento de mais de 50% em relação a junho. Alguns hospitais estão operando com capacidade máxima, por causa da covid.

O país lidera no momento o ranking de mortes por covid no mundo: são 4,37 mortes por milhão de habitantes, na média diária dos últimos sete dias. O número é quatro vezes maior do que o registrado no Brasil e o triplo dos EUA.

O mais recente boletim — divulgado na segunda-feira (25/7) — indicou que 9.256 novos casos foram registrados nas 24 horas anteriores. A Nova Zelândia tem uma população de 5,1 milhões de pessoas (pouco mais que a população da região metropolitana do Distrito Federal).

A covid tem matado sobretudo os mais velhos. A média de idade das pessoas hospitalizadas pela doença é 64 anos, segundo o jornal local New Zealand Herald.

A subvariante ômicron BA.5 está por trás da onda atual na Nova Zelândia, de acordo com as autoridades. Mas o governo afirma que há uma leve queda na média diária de sete dias de caso: de 9.534 na semana passada para 8.335 agora. O próprio governo reconhece que pode estar havendo subnotificações dos casos.

País fechado

A Nova Zelândia foi um dos países que tomou mais medidas restritivas contra a pandemia nos últimos dois anos — com rígido controle de fronteiras para impedir que houvesse disseminação comunitária do vírus, tanto que ficou praticamente fechado para visitantes até fevereiro.

Mas neste ano o governo abandonou sua política de covid zero, após campanhas de vacinação. Desde então, o vírus tem se espalhado com maior facilidade, culminando nos altos números registrados neste mês.

Neste ano, Nova Zelândia relaxou medidas de covid, permitindo ingresso de pessoas - Getty Images - Getty Images
Neste ano, Nova Zelândia relaxou medidas de covid, permitindo ingresso de pessoas
Imagem: Getty Images

A imprensa local tem noticiado que hospitais e clínicas estão sob pressão diante da nova onda. Ainda assim, o Ministério da Saúde afirma que os níveis de hospitalização estão abaixo dos observados durante um pico em março.

O Ministério da Educação aconselhou as escolas a adotar o uso de máscaras na volta às aulas nesta semana, segundo a agência de notícias Reuters. A Nova Zelândia está oferecendo máscaras gratuitas e testes rápidos.

O governo atribui o aumento de casos de covid a uma série de fatores.

"Não há dúvida de que a combinação de um aumento nos casos de covid-19 e hospitalizações, a pior temporada de gripe na memória recente e a falta de funcionários [nos hospitais] estão colocando os profissionais de saúde e todo o sistema de saúde sob extrema pressão", disse a ministra de Resposta à Covid da Nova Zelândia, Ayesha Verrall, em comunicado na semana passada.

"Nossa modelagem sugere que estamos no início de uma segunda onda ômicron que pode ser maior que a primeira, com a variante BA.5 mais transmissível se tornando a cepa dominante na comunidade".

A premiê da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, disse na semana passada que os números de casos de covid podem vir a cair no futuro próximo, baseado em análise da presença do vírus no esgoto.

"Mesmo quando o número de casos cai, ainda leva cerca de duas semanas para observarmos isso nas hospitalizações", disse ela, em entrevista coletiva.

No entanto, a ministra de Resposta à Covid disse que o país pode estar no começo de uma segunda onda de ômicron.

- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-62306987