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Sob pressão, Morales anuncia novas eleições na Bolívia
Auditoria da OEA sugere fraude no pleito que reelegeu o líder esquerdista, que promete trocar autoridades eleitorais e promover nova votação. País está em crise há semanas, e manifestantes pedem renúncia do presidente.O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou neste domingo (10/11) a realização de novas eleições na Bolívia, após um relatório da Organização dos Estados Americanos (OEA) apontar suspeitas de fraude no pleito de outubro, que deu a reeleição já no primeiro turno ao líder esquerdista.
O anúncio foi feito em breve comparecimento perante a imprensa e ainda não está claro se servirá para aplacar a ira dos manifestantes, que há semanas vão às ruas da Bolívia pedir a renuncia do presidente. Segundo Morales, as autoridades eleitorais serão trocadas para o novo pleito, como solicitado pela OEA.
"Decidi convocar novas eleições", afirmou Morales, a partir do hangar presidencial do aeroporto de El Alto, cidade vizinha a La Paz e reduto eleitoral do presidente.
O líder esquerdista boliviano, no poder desde 2006, ganhou as eleições de 20 de outubro. Mas a apuração de votos foi interrompida inexplicavelmente durante quase um dia inteiro, o que provocou acusações de fraude e desencadeou protestos, greves e bloqueios de rodovias.
Morales é o líder há mais tempo no poder na América Latina. Ele venceu a eleição com dez pontos de vantagem (margem mínima necessária para evitar o segundo turno) sobre o rival Carlos Mesa, o que lhe garantiu um novo mandato.
Mas o resultado de uma auditoria da OEA, divulgado neste domingo de forma preliminar, aponta ser estatisticamente improvável que Morales tenha obtido tal margem em sua vitória eleitoral. A entidade diz que não pode, portanto, certificar o resultado divulgado.
Em um comunicado, a organização pediu que o processo eleitoral no país andino comece de novo, ocorrendo "o primeiro turno assim que existirem novas condições que deem novas garantias para sua realização, incluindo uma nova composição do corpo eleitoral".
No texto, a OEA pede ainda respeito à liberdade de manifestação do povo boliviano e afirma que entende que "os mandatos constitucionais não devem ser interrompidos, inclusive o do presidente Evo Morales".
Os protestos na Bolívia duram mais de duas semanas, depois de oposição e movimentos civis terem denunciado fraudes na contagem dos votos a favor do presidente, que a comissão eleitoral deu como vencedor para cumprir um quarto mandato. Os comitês da oposição não reconhecem a vitória e exigem a renúncia de Evo Morales e a repetição do escrutínio.
Morales, por sua vez, denuncia ser vítima de um golpe de Estado. "Irmãs e irmãos, nossa democracia está em risco pelo golpe de Estado que grupos violentos colocaram em marcha, atentando contra a ordem constitucional. Denunciamos à comunidade internacional esse atentado contra o Estado de Direito”, afirmou o presidente em sua conta no Twitter.
Luis Fernando Camacho, um líder da cidade oriental de Santa Cruz que se tornou símbolo da oposição, respondeu a Morales: "Não viemos derrubar um presidente, viemos liberar a Bolívia de sua ditadura.”
O opositor quer liderar uma marcha ao palácio do governo na segunda-feira com uma simbólica carta de renúncia pré-escrita para ser assinada por Morales.
Pelo menos quatro unidades policiais bolivianas demonstraram apoio aos manifestantes, nas capitais Sucre (constitucional) e La Paz (executiva e legislativa), assim como em Cochabamba (no centro) e Santa Cruz (leste). Cenas de confraternização entre agentes policiais e manifestantes oposicionistas foram observadas em La Paz.
O Supremo Tribunal Eleitoral (TSE) boliviano rejeitou nesta sexta-feira as alegações de irregularidades nas apurações do voto eletrônico, evocando um relatório da empresa de auditoria Ethical Hacking, que não teria encontrado "qualquer alteração de dados". Segundo a imprensa nacional, contudo, o presidente da companhia, Álvaro Andrade, apontou "vulnerabilidades" na contagem.
No sábado, Morales denunciou que manifestantes incendiaram a casa da sua irmã em Oruro, cidade no sul do país, e que atearam fogo à casa dos governadores de Chuquisaca e Oruro.
"Denunciamos e condenamos perante a comunidade internacional o fato de o plano de um golpe fascista executar ações violentas com grupos ilegais que atearam fogo à casa dos governadores de Chuquisaca e Oruro, bem como da minha irmã nesta cidade ", escreveu Evo Morales no Twitter.
A denúncia do presidente boliviano aconteceu no mesmo dia em que os manifestantes antigovernamentais incendiaram uma estação de transmissão do canal de televisão boliviano Unitel em El Alto, cidade vizinha de La Paz, que não conseguiu enviar um sinal aberto para ambas as cidades.
Além disso, um grupo de manifestantes hostis a Morales já tinha ocupado, também no sábado, as sedes de uma televisão e rádio estatais, na capital boliviana, La Paz, e coagiu os funcionários a abandonarem o edifício.
Depois de terem sido ocupadas, a Bolívia TV e a Radio Patria Nueva passaram a difundir apenas música.
Sob pressão, Morales convocou a oposição a instalar uma mesa de diálogo em busca da pacificação do país, mas já recebeu a recusa de seu antecessor no cargo e rival nas eleições, Carlos Mesa.
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O anúncio foi feito em breve comparecimento perante a imprensa e ainda não está claro se servirá para aplacar a ira dos manifestantes, que há semanas vão às ruas da Bolívia pedir a renuncia do presidente. Segundo Morales, as autoridades eleitorais serão trocadas para o novo pleito, como solicitado pela OEA.
"Decidi convocar novas eleições", afirmou Morales, a partir do hangar presidencial do aeroporto de El Alto, cidade vizinha a La Paz e reduto eleitoral do presidente.
O líder esquerdista boliviano, no poder desde 2006, ganhou as eleições de 20 de outubro. Mas a apuração de votos foi interrompida inexplicavelmente durante quase um dia inteiro, o que provocou acusações de fraude e desencadeou protestos, greves e bloqueios de rodovias.
Morales é o líder há mais tempo no poder na América Latina. Ele venceu a eleição com dez pontos de vantagem (margem mínima necessária para evitar o segundo turno) sobre o rival Carlos Mesa, o que lhe garantiu um novo mandato.
Mas o resultado de uma auditoria da OEA, divulgado neste domingo de forma preliminar, aponta ser estatisticamente improvável que Morales tenha obtido tal margem em sua vitória eleitoral. A entidade diz que não pode, portanto, certificar o resultado divulgado.
Em um comunicado, a organização pediu que o processo eleitoral no país andino comece de novo, ocorrendo "o primeiro turno assim que existirem novas condições que deem novas garantias para sua realização, incluindo uma nova composição do corpo eleitoral".
No texto, a OEA pede ainda respeito à liberdade de manifestação do povo boliviano e afirma que entende que "os mandatos constitucionais não devem ser interrompidos, inclusive o do presidente Evo Morales".
Os protestos na Bolívia duram mais de duas semanas, depois de oposição e movimentos civis terem denunciado fraudes na contagem dos votos a favor do presidente, que a comissão eleitoral deu como vencedor para cumprir um quarto mandato. Os comitês da oposição não reconhecem a vitória e exigem a renúncia de Evo Morales e a repetição do escrutínio.
Morales, por sua vez, denuncia ser vítima de um golpe de Estado. "Irmãs e irmãos, nossa democracia está em risco pelo golpe de Estado que grupos violentos colocaram em marcha, atentando contra a ordem constitucional. Denunciamos à comunidade internacional esse atentado contra o Estado de Direito”, afirmou o presidente em sua conta no Twitter.
Luis Fernando Camacho, um líder da cidade oriental de Santa Cruz que se tornou símbolo da oposição, respondeu a Morales: "Não viemos derrubar um presidente, viemos liberar a Bolívia de sua ditadura.”
O opositor quer liderar uma marcha ao palácio do governo na segunda-feira com uma simbólica carta de renúncia pré-escrita para ser assinada por Morales.
Pelo menos quatro unidades policiais bolivianas demonstraram apoio aos manifestantes, nas capitais Sucre (constitucional) e La Paz (executiva e legislativa), assim como em Cochabamba (no centro) e Santa Cruz (leste). Cenas de confraternização entre agentes policiais e manifestantes oposicionistas foram observadas em La Paz.
O Supremo Tribunal Eleitoral (TSE) boliviano rejeitou nesta sexta-feira as alegações de irregularidades nas apurações do voto eletrônico, evocando um relatório da empresa de auditoria Ethical Hacking, que não teria encontrado "qualquer alteração de dados". Segundo a imprensa nacional, contudo, o presidente da companhia, Álvaro Andrade, apontou "vulnerabilidades" na contagem.
No sábado, Morales denunciou que manifestantes incendiaram a casa da sua irmã em Oruro, cidade no sul do país, e que atearam fogo à casa dos governadores de Chuquisaca e Oruro.
"Denunciamos e condenamos perante a comunidade internacional o fato de o plano de um golpe fascista executar ações violentas com grupos ilegais que atearam fogo à casa dos governadores de Chuquisaca e Oruro, bem como da minha irmã nesta cidade ", escreveu Evo Morales no Twitter.
A denúncia do presidente boliviano aconteceu no mesmo dia em que os manifestantes antigovernamentais incendiaram uma estação de transmissão do canal de televisão boliviano Unitel em El Alto, cidade vizinha de La Paz, que não conseguiu enviar um sinal aberto para ambas as cidades.
Além disso, um grupo de manifestantes hostis a Morales já tinha ocupado, também no sábado, as sedes de uma televisão e rádio estatais, na capital boliviana, La Paz, e coagiu os funcionários a abandonarem o edifício.
Depois de terem sido ocupadas, a Bolívia TV e a Radio Patria Nueva passaram a difundir apenas música.
Sob pressão, Morales convocou a oposição a instalar uma mesa de diálogo em busca da pacificação do país, mas já recebeu a recusa de seu antecessor no cargo e rival nas eleições, Carlos Mesa.
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