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Mesmo com covid-19, eleitores poderão ir às urnas em Portugal

Com cerca de um décimo da população de 10 milhões de habitantes em isolamento devido ao coronavírus, o governo optou por suspender as restrições para a votação - Yanosh_Nemesh/Getty Images
Com cerca de um décimo da população de 10 milhões de habitantes em isolamento devido ao coronavírus, o governo optou por suspender as restrições para a votação Imagem: Yanosh_Nemesh/Getty Images

29/01/2022 14h12

Mesmo com covid-19, eleitores poderão ir às urnas em Portugal - Eleições para o Parlamento português ocorrem neste domingo. Governo orienta infectados com o coronavírus a votarem das 18h às 19h, já que não haverá locais específicos para contaminados. Pleito será acirrado.Organizadores das eleições para o Parlamento de Portugal tomaram precauções extras neste sábado (29/01) para garantir a segurança dos eleitores, após o governo permitir que pessoas com covid-19 saiam do isolamento para votar neste domingo.

Com cerca de um décimo da população de 10 milhões de habitantes em isolamento devido ao coronavírus, o governo optou por suspender as restrições para a votação deste domingo.

Em conferência de imprensa neste sábado, a comissão eleitoral disse que "foram reunidas todas as condições para que a votação decorra em absoluta segurança".

Como muitos países europeus e de todo mundo, Portugal enfrenta recordes de infecções pelo coronavírus, embora a vacinação em massa tenha mantido o número de mortes e hospitalizações mais baixo do que em ondas anteriores da doença.

As autoridades pediram às pessoas com covid-19 que compareçam às urnas entre 18h e 19h, mas o horário não é obrigatório. Não haverá áreas específicas designadas para eleitores infectados.

Cenário de receio e preocupação

Neste sábado, pessoas que montavam uma seção eleitoral em uma oficina de automóveis na freguesia de Santo Antonio, em Lisboa colocaram adesivos no chão para incentivar que seja mantido o distanciamento social. Os eleitores receberão máscaras ao entrar.

O presidente da freguesia, Vasco Morgado, disse estar preocupado que alguns eleitores não infectados tenham medo de comparecer às urnas.

"As pessoas que trabalham nas assembleias de voto também estão se colocando em risco pelo bem da democracia", disse ele.

Sofia Mantua, de 27 anos, está tomando todas as precauções para votar no domingo, inclusive a de levar sua própria caneta. Na opinião dela, teria sido melhor se os infectados votassem em um dia diferente.

"É sempre difícil administrar. Acho que deveria ter sido planejado (com antecedência) porque sabíamos que ainda estaríamos em uma pandemia", disse Mantua.

Pleito acirrado

Acenando bandeiras coloridas e gritando slogans políticos, centenas de pessoas foram às ruas de Lisboa nesta sexta-feira para apoiar os candidatos nas últimas horas das campanhas eleitorais de duas semanas.

A eleição, convocada em novembro depois que o parlamento rejeitou o projeto de orçamento do governo, está em aberto. As últimas pesquisas mostram que os socialistas (PS) no poder continuam perdendo a liderança para o principal partido da oposição, os social-democratas de centro-direita (PSD).

O partido de centro-esquerda do primeiro-ministro António Costa caiu de 38% para 35% de apoio, de acordo com uma sondagem do ISCTE-ICS publicada na sexta-feira. Por outro lado, o PSD subiu de 31% para 33%.

A diferença entre PS e PSD é menor do que a margem de erro de 3,1% da pesquisa, o que significa que as duas legendas estão em empate técnico. Uma pesquisa diferente no início da semana mostrou o PSD liderando por uma margem estreita.

A divisão apertada deixa os partidos distantes de uma maioria parlamentar, que no sistema de representação proporcional equivale a entre 42% e 45% dos votos.

Outra pesquisa, realizada pela Universidade Católica Portuguesa, mostrou o PS com 36% dos votos, um ponto percentual a menos que na semana anterior. O PSD manteve-se estável, com 33%.

Na pesquisa do ISCTE-ICS, o partido de extrema-direita Chega, a Iniciativa Liberal e a aliança entre os partidos Comunista e Verde aparecem com 6% cada - e qualquer um deles pode se tornar a terceira maior força no parlamento.

O ISCTE-ICE entrevistou 1.003 pessoas de 18 a 24 de janeiro. A Universidade Católica ouviu 2.192 pessoas de 19 a 26 de janeiro, com margem de erro de 2,1%.