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Premiê britânico faz visita surpresa à Ucrânia e oferece programa de treinamento militar

17.jun.2022 - O primeiro-ministro britânico Boris Johnson e o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky caminham na Praça Mykhailivska, enquanto o ataque da Rússia à Ucrânia continua, em Kyiv, na Ucrânia. - Serviço de Imprensa Presidencial Ucraniano/Divulgação via REUTERS
17.jun.2022 - O primeiro-ministro britânico Boris Johnson e o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky caminham na Praça Mykhailivska, enquanto o ataque da Rússia à Ucrânia continua, em Kyiv, na Ucrânia. Imagem: Serviço de Imprensa Presidencial Ucraniano/Divulgação via REUTERS

Da Deutsche Welle

17/06/2022 16h56Atualizada em 17/06/2022 19h22

Primeiro-ministro britânico esteve pela segunda vez na capital ucraniana desde o início da invasão russa e foi recebido como "grande amigo" por Zelensky. Londres afirma que pode treinar 10 mil soldados a cada 120 dias. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, ofereceu nesta sexta-feira (17/06) um programa de treinamento militar para as forças ucranianas, em sua segunda viagem a Kiev desde o começo da invasão russa.

Johnson, que sobreviveu a uma moção de desconfiança do próprio Partido Conservador no início deste mês, foi recebido pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, como um "grande amigo" e postou no Twitter uma foto dos dois acompanhada da frase: "Senhor presidente Volodymyr, é bom estar em Kiev novamente".

O líder britânico disse estar feliz ao observar que "a vida está voltando às ruas, aos cafés, aos restaurantes" de Kiev.

"Mas temos que encarar o fato de que, a apenas algumas horas de distância, um ataque bárbaro continua contra pessoas totalmente inocentes", acrescentou, referindo-se aos combates em outras regiões do país.

O Reino Unido ofereceu à Ucrânia um novo e importante programa com potencial para treinar 10 mil soldados a cada 120 dias.

Londres afirmou que a medida pode "mudar fundamentalmente a equação da guerra, garantindo que as Forças Armadas da Ucrânia tenham a resiliência de que precisam para saírem vitoriosas em sua luta pela paz duradoura".

De 2015 até a invasão da Ucrânia pela Rússia, o Reino Unido treinou mais de 22 mil ucranianos.

O novo programa de treinamento militar capacitaria as forças ucranianas fora do país. Cada soldado passaria três semanas aprendendo habilidades de batalha para a linha de frente, bem como treinamento médico básico, segurança cibernética e táticas contra-explosivas.

Johnson diz que Rússia fracassou

Johnson acusa a Rússia de atacar civis deliberadamente "no que é inquestionavelmente um crime de guerra", mas disse que a resistência da Ucrânia está atrapalhando os planos de Moscou.

Segundo ele, as tropas russas estão "sob forte pressão e sofrendo pesadas baixas". "Seu gasto de munições, de granadas e outros armamentos é colossal e, após 114 dias de ataque à Ucrânia, eles ainda não alcançaram os objetivos que estabeleceram para a primeira semana", destacou o primeiro-ministro britânico.

Também nesta sexta-feira, o oficial militar de mais alto escalão do Reino Unido, o chefe do Estado-Maior de Defesa, almirante Tony Radakin, disse que a Rússia havia "perdido estrategicamente" na Ucrânia.

"O presidente [Vladimir] Putin usou cerca de 25% do poder de seu exército para ganhar uma pequena quantidade de território ao custo de 50 mil pessoas mortas ou feridas. "A Rússia está falhando", disse em entrevista.

Zelensky agradece apoio

Ao lado de Johnson, Zelensky agradeceu o apoio "firme e resoluto" de Londres.

"Muitos dias desta guerra provaram que o apoio do Reino Unido à Ucrânia é firme e resoluto. Fico feliz em ver o grande amigo de nosso país Boris Johnson em Kiev novamente", escreveu o presidente ucraniano no Telegram, com um vídeo dele cumprimentando o líder britânico no palácio presidencial.

A viagem não anunciada foi a mais recente demonstração de apoio de Johnson a Zelensky desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro e ocorre um dia depois que os líderes da França, Alemanha, Itália e Romênia viajaram para Kiev e endossaram o status da Ucrânia de país candidato à União Europeia.

Johnson foi o primeiro líder de um país do G7 a visitar Kiev, em 9 de abril, duas semanas depois que as tropas russas foram expulsas dos subúrbios da capital.

Na época, ele foi filmado em uma caminhada pelas ruas desertas de Kiev com Zelensky, em um gesto aclamado pelos ucranianos por sua demonstração de solidariedade, levando o presidente ucraniano a dizer que o apoio do Reino Unido à Ucrânia "permanecerá para sempre na história".

Popularidade alta na Ucrânia

Atormentado por polêmicas no Reino Unido e enfrentando rejeição recorde dos britânicos, Johnson goza de alta popularidade na Ucrânia, à medida que Londres derramou apoio militar e político a Kiev durante a invasão russa. Um café em Kiev, por exemplo, está vendendo uma sobremesa de maçã chamada Borys Dzhonsonyuk, uma versão ucraniana do nome do primeiro-ministro.

"Minha visita hoje, nas profundezas desta guerra, é enviar uma mensagem clara e simples ao povo ucraniano: o Reino Unido está com você e estaremos com você até que vocês finalmente vençam", disse Johnson nesta sexta-feira.

Segundo Zelensky, ele e Johnson discutiram, também, a situação na linha de frente das batalhas e a necessidade de aumentar o fornecimento de armas pesadas e construir defesas aéreas ucranianas.

"Temos uma visão compartilhada de como avançar para a vitória, porque é exatamente o que a Ucrânia precisa: a vitória do nosso Estado", afirmou Zelensky.

(AFP, Reuters, ots)