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Vídeo mostra capitão do Costa Concordia prestes a abandonar o navio

Em Roma

03/12/2014 09h21Atualizada em 03/12/2014 09h51

Um vídeo divulgado nesta quarta-feira (3) na Itália mostra o capitão Francesco Schettino, acusado de ser o principal responsável pelo naufrágio do Costa Concordia em 2012, esperando um bote para abandonar a embarcação, o que demonstraria que não caiu em um deles, como havia alegado.

Essa é uma das provas apresentadas pela acusação no julgamento por este acidente, no qual morreram 32 pessoas.

A imprensa italiana divulgou a gravação do corpo de bombeiros feita durante a noite do naufrágio, na qual é possível ver Schettino vestido com seu traje de comandante esperando junto a outras pessoas pela chegada de um bote salva-vidas enquanto o navio está completamente inclinado.


O vídeo será utilizado pela promotoria para desmentir que o capitão "caiu em um dos botes" em um movimento brusco da embarcação, como sustenta sua defesa, e por isso não pôde dirigir as tarefas de salvamento das centenas de passageiros que estavam a bordo.

Naquela noite, o comandante da capitania de Livorno, Gregorio De Falco, chamou várias vezes Schettino para que voltasse a bordo e informasse sobre a situação e as mortes que que já haviam ocorrido, mas o capitão não voltou e se refugiou em um hotel da ilha.

O julgamento pelo naufrágio do cruzeiro diante da ilha do Giglio, na Toscana, após se chocar com pedras ao se aproximar demais da costa, começou em julho de 2013 e Schettino é o único acusado, já que os outros acusados acordaram penas entre um e dois anos de reclusão.

O comandante é acusado de homicídio culposo múltiplo após a morte de 32 pessoas, abandono da embarcação e de não ter informado imediatamente às autoridades portuárias sobre a colisão.

Desde ontem, Schettino está respondendo as perguntas da promotoria, que já adiantou que pedirá 20 anos de reclusão.

Durante o interrogatório de ontem, Schettino explicou que não advertiu ninguém sobre a manobra para se aproximar da ilha, já que esta, conhecida como "saudação", era algo que realizava habitualmente por motivos comerciais.

Além disso, acusou diretamente seu segundo oficial como responsável pelo naufrágio por não ter lhe advertido sobre o risco.