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IML de El Salvador diz que 2015 é o ano mais violento do país

07/10/2015 01h13

San Salvador, 6 out (EFE).- O diretor do Instituto de Medicina Legal (IML) de El Salvador, Miguel Fortín Magaña, disse nesta terça-feira que o número de 5.047 assassinatos registrados até 5 de outubro é "inédito", o que faz de 2015 o ano mais violento desde que o país tem "registros confiáveis".

Segundo as estatísticas do IML divulgadas hoje por Magaña, as mortes violentas computadas entre janeiro e setembro registram um aumento de 72,2% em relação ao mesmo período de 2014.

Nestes nove meses, o país somou 4.942 mortes violentas, frente a 2.870 no mesmo período em 2014.

Inclusive, se forem comparadas as mortes violentas até agora neste ano com as registradas em todo o ano anterior, o aumento é de 26,32%.

Magaña detalhou que, do total de vítimas de homicídios cometidos até setembro, 10,58% deles envolveram menores de idade, 83,67% foram de adultos e 3,70% de idosos. Em 2,04% das mortes a idade não foi determinada.

Se ao total de 4.942 homicídios registrados até outubro forem somadas as 105 mortes violentas contabilizadas nos primeiros cinco dias deste mês, o número sobe para 5.047, acrescentou a entidade.

Este número de homicídios é superior em 15,17% às 4.382 mortes violentas registradas em todo o ano de 2009, quando El Salvador foi considerado "o país mais violento do mundo".

Diversos estudos que citam estatísticas oficiais de homicídios assinalam que durante os anos posteriores ao final da guerra civil salvadorenha (1980-1992) os homicídios superavam os 5 mil.

No entanto, o titular do IML não deu crédito a esses números e garantiu para a Agência Efe que a forma de contabilizar os homicídios naqueles anos é "anacrônica a estas alturas" e que incluía mortes que não eram assassinatos.

"Nos anos 1990 era outro tipo de contagem, totalmente anacrônica a estas alturas, não só havia assassinatos (nos registros), mas um montão de causas súbitas (de morte)", opinou Magaña.

O diretor do IML argumentou que entre as autópsias dessa época se encontravam casos de mortes geradas por câncer e outras causas naturais e que agora estas se realizam nos hospitais.

"O números dos anos da guerra civil são totalmente inexatos, são números não confiáveis estatisticamente", frisou Magaña.

O titular do IML garantiu que as estatísticas "confiáveis" de sua instituição vêm sendo registradas desde 1999.

Segundo um estudo de mortalidade em El Salvador do IML, em 1999 foram cometidos 2.544 homicídios, que incluem os "culposos", que são os causados por "imprudência" e "sem a intenção" de matar.

As autoridades de segurança da nação centro-americana acusam os "violentos" grupos do crime organizado pela o alto índice de homicídios no país, um dos mais violentos do mundo.