Topo

Cheia do Mississipi põe em alerta 16 Estados e 8 milhões de pessoas nos EUA

Jairo Mejía

Em Washington (EUA)

02/01/2016 20h06Atualizada em 02/01/2016 20h45

Apesar das comunidades mais afetadas pela cheia do rio Mississipi, no Missouri (EUA), terem começado a se recuperar, os alertas de inundação afetam ainda oito milhões de pessoas em 16 Estados norte-americanos e já causaram 27 mortes.

O aumento do nível da maior bacia fluvial da América do Norte segue causando estragos em Missouri, Illinois, Oklahoma e Arkansas, enquanto mantém em alerta Estados do sul dos Estados Unidos perante a chegada do gigantesco caudal acumulado durante chuvas incomuns para esta época do ano.

Essencialmente, regiões ribeirinhas em todos os Estados da bacia dos rios Mississipi, Missouri e Ohio até a foz no Golfo do México estão sob risco de inundação.

O Missouri, onde morreram 15 pessoas, se recupera pouco a pouco da alta das águas durante o Ano-Novo, que provocou evacuação de cidades inteiras e onde hoje começaram os trabalhos de bombeamento de água acumulada.

O rio Meramec, que desemboca no Mississipi, começou a ver seu nível diminuir, mas deixa para trás danos históricos ao longo de seu leito, após ter aumentado até 14 metros.

As estradas que partiam da região metropolitana de Saint Louis já reabriram, embora em algumas áreas ainda persista o perigo de transbordamento dos rios.

No vizinho Illinois, onde nove pessoas morreram, se mantém também o perigo de inundação, e as autoridades seguem pedindo precaução nos deslocamentos em veículos, a principal causa das mortes.

Doze condados do Estado foram declarados zona devastada, e o governador Bruce Rauner mobilizou a Guarda Nacional desde sexta-feira (1º) para auxiliar nos trabalhos de evacuação e resgate.

A última vítima mortal confirmada destas inundações é um jovem de 18 anos que foi encontrado morto em seu veículo, depois que as autoridades conseguiram rastrear os sinais de seu telefone celular.

As autoridades ainda seguem buscando vários desaparecidos, que foram surpreendidos pelos três dias ininterruptos de chuvas invernais, entre eles o famoso cantor country Craig Strickland, que estava caçando.

No total, até 11 diques erguidos para evitar este tipo de estragos cederam ao longo do Mississipi, e apesar das fortes chuvas terem cessado, o imenso caudal de água que avança rumo ao sul mantém em alerta os estados de Arkansas, Tennessee, Mississipi e Louisiana.

No caminho das águas se encontram grandes cidades como Memphis, Baton Rouge e Nova Orleans, que já se preparam com muros de sacos de areia para evitar transbordamentos.

"Estamos prontos para toda a água que vem em direção ao sul", garantiu em entrevista à emissora CNN Billy Nungesser, vice-governador da Louisiana.

Nungesser afirmou que a enchente é uma séria preocupação, especialmente porque o aumento do nível do Mississipi não costuma ocorrer antes da primavera, com o degelo no norte e a época tradicional de chuvas.

Inundações como as ocorridas esta semana não aconteciam desde outubro de 1993, quando causaram US$ 15 bilhões em danos materiais.

O aumento do nível do rio Mississipi segue avançando e espera-se que chegue a tocar seu ponto máximo na Louisiana e na foz no final de janeiro.