PF diz que analisa caixa encontrada perto de local de explosões em Brasília
A PF (Polícia Federal) analisa uma caixa que foi encontrada nesta quinta-feira (14) próximo ao local das explosões na praça dos Três Poderes, em Brasília.
O que aconteceu
Diretor da PF disse que o objeto foi encontrado próximo de trailer, em estacionamento onde também estava o carro que explodiu. Segundo Andrei Passos Rodrigues, a caixa estava enterrada. Policiais analisam se o objeto pertence ao homem que detonou os explosivos no estacionamento da Câmara e depois se explodiu na entrada do STF (Supremo Tribunal Federal).
Francisco Wanderley Luiz fez ameaças nas redes. Ele postou mensagens em que fez ameaças ao STF, além de sugerir mais explosões ao dizer que "o jogo acaba dia 16/11/2024". "Cuidado ao abrir gavetas, armários, estantes, depósitos de matérias etc", escreveu em postagens. A PF encontrou artefatos artesanais e um extintor que simulava um lança-chamas.
Gaveta explodiu. Em busca na residência alugada de Francisco Wanderley Luiz, ao ser aberta uma gaveta, houve "uma explosão gravíssima". Não houve feridos, segundo o diretor da PF, Andrei Passos Rodrigues, já que a ação foi efetuada por um robô antibombas em Ceilândia, cidade que fica a cerca de 25 quilômetros de Brasília.
Trailer que pertencia ao autor dos ataques está ao lado de outros veículos de comida. O trailer de Francisco Wanderley Luiz foi achado perto do anexo 4 da Câmara, onde ficam localizados outros trailers que comercializam comida no local. Um celular foi apreendido dentro do veículo. "O trailer foi alugado há alguns meses. No interior desse trailer foram encontrados mais materiais explosivos, e também o celular foi encontrado no trailer e o documento do veículo", disse o chefe da PF.
Corporação investiga episódio como atentado terrorista. A informação, que já havia sido antecipada pelo UOL, foi confirmada por Rodrigues. Em nota divulgada ontem, cerca de duas horas após as explosões, a PF informou que um inquérito policial seria instaurado para apurar os ataques. Segundo o chefe da corporação, ainda não se sabe a motivação do ataque.
Ex-mulher diz que autor queria matar Moraes
Ex-mulher do autor das explosões deu a declaração para agentes de Santa Catarina. Ela e outros familiares de Francisco Wanderley Luiz foram localizados por agentes da PF. Ela disse que o principal alvo era o ministro Alexandre de Moraes e "quem mais estivesse junto".
Ela afirma que o ex-marido só morreu porque foi descoberto. Nas imagens do circuito de câmeras da praça dos Três Poderes, é possível ver que Luiz recua depois de ser abordado por um segurança. Ele joga alguns explosivos contra a sede do STF, depois se deita no chão com um explosivo perto da cabeça e morre após a detonação (veja vídeo acima).
Moraes criticou anistia após bombas no DF
"Um criminoso anistiado é um criminoso impune", disse Moraes. O ministro avaliou que a tentativa de atentado "não é um fato isolado", porque faz parte de um contexto de ataque às instituições e suas autoridades. Moraes deu a declaração no VI Encontro Nacional do Ministerio Público no Tribunal do Júri, em Brasília, na manhã desta quinta (14).
Segundo Moraes, a pacificação do país depende de não haver anistia. Ele afirma que a Polícia Federal já está próxima de concluir os inquéritos ligados aos atos de 8 de janeiro, e que "não existe possibilidade de pacificação com anistia de criminosos".
Deputados bolsonaristas falam em 'enterro da anistia'. Os parlamentares ligados a Jair Bolsonaro (PL) têm tentado emplacar, no Congresso, um projeto de anistia para os envolvidos na tentativa golpista, inclusive o ex-presidente. Após o atentado de ontem, porém, os bolsonaristas têm avaliado em grupos de WhatsApp que a iniciativa sofreu um forte abalo.
Bolsonaro pediu pacificação. Em publicação no X, ele afirmou que "já passou da hora de o Brasil voltar a cultivar um ambiente adequado para que as diferentes ideias possam se confrontar pacificamente, e que a força dos argumentos valha mais que o argumento da força".
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