Japão usará realidade virtual para ajudar a desmontar Fukushima
O Japão empregará um sistema de realidade virtual para treinar os técnicos que trabalham no programa de desmontagem da usina nuclear de Fukushima, informou nesta sexta-feira (8) a edição digital do jornal "Asahi".
Situado no Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Remota de Naraha (a 12 quilômetros da usina), o sistema tem uma tela de 3,6 metros de altura que projeta imagens em três dimensões que simulam o interior dos edifícios que abrigam os reatores da central, atingida pelo terremoto e tsunami de 2011.
Estes edifícios estão atualmente inacessíveis para os trabalhadores por conta dos elevados níveis de radiação.
Por isso, com esta tecnologia poderão "estabelecer um plano de trabalho idôneo para a tarefa, comprovando a rota e a duração dos deslocamentos, e estimar assim a exposição à radiação", indicou a Agência da Energia Atômica do Japão (JAEA), responsável pelo projeto.
O centro também conta com uma réplica do tonel de contenção de um reator, que será utilizada para testes e pesquisas de métodos e tecnologias para a completa desativação.
Um dos trabalhos mais complicados de todo o processo é a extração e o armazenamento seguro do combustível fundido e solidificado que se acumula nos reatores 1, 2 e 3 da usina atômica.
Antes da retirada, é preciso comprovar o estado do interior dos reatores, descontaminar a estrutura e reparar as partes por onde está vazando a água usada para resfriá-los.
No entanto, os níveis de radiação são tão elevados que, por enquanto, só foi possível utilizar dispositivos de controle remoto, como robôs, para acessar as unidades danificadas.
É por isso que a JAEA espera que esta tecnologia ajude a melhorar a eficiência e a segurança durante o tedioso processo de desmantelamento da central de Fukushima, que pode durar entre 30 e 40 anos.
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