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Negociadores do governo colombiano admitem diferenças importantes com as Farc

23/03/2016 22h14

Havana, 23 mar (EFE).- Os negociadores do governo colombiano nos diálogos de paz de Havana admitiram nesta quarta-feira que "neste momento subsistem diferenças importantes" com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) sobre temas de fundo.

"Vamos esgotar todos os esforços possíveis para conseguir um acordo final, mas isso exige decisões rápidas", disse o chefe da equipe de paz do governo, Humberto de la Calle, em uma declaração aos veículos de comunicação em Havana.

De la Calle advertiu que o governo não vai chegar a acordos "de qualquer maneira".

Governo e guerrilha chegaram à data de 23 de março que pactuaram como prazo para assinar a paz sem poder cumprir esse compromisso e no meio de uma crise na mesa de negociação por diferenças sobre as áreas de concentração guerrilheira e a fórmula para o abandono de armas por parte das Farc.

Para o governo, o abandono de armas "é condição para a aplicação dos mecanismos de justiça transicional e para abrir a porta à reincorporação à vida civil", afirmou De la Calle.

"Não pode ficar dúvida alguma sobre a decisão de abandonar as armas, destruí-las, fechar as fábricas de armamento não convencional e abster-se de novas compras de armas e apetrechos", enfatizou o chefe negociador do presidente Juan Manuel Santos.

De la Calle leu esta declaração ao lado de toda sua equipe após uma jornada de intensas reuniões com a delegação da guerrilha.