Corrupção freia desenvolvimento na América Latina, diz sociólogo espanhol
Madri, 30 mar (EFE).- O sociólogo espanhol Manuel Castells afirmou nesta quarta-feira que, embora a situação na América Latina "tenha mudado profundamente" na última década, a insegurança e a corrupção "sistemática" seguem sendo os principais problemas para o desenvolvimento da região.
Castells participou hoje em Madri de uma conferência intitulada "A nova América Latina: da crise do neoliberalismo à crise do neodesenvolvimentismo", organizada pela Next International Business School, na qual refletiu sobre a integração do continente na economia global.
"O mundo ainda tem uma velha ideia da América Latina como continente sem esperança, um continente de exploração, mas as coisas mudaram profundamente", afirmou Castells, catedrático emérito da Universidade da Califórnia em Berkeley e um dos especialistas mais citados do mundo no âmbito das ciências sociais.
Na última década, se consolidou "a transição à democracia na imensa maioria do continente", a pobreza extrema se reduziu - passou de 19,4% no ano 2002 a 12% em 2014 -, houve uma "melhora fundamental" em temas de saúde, e os níveis de escolarização foram "muito substanciais", detalhou Castells.
Estes avanços se deveram "em grande parte" a uma "ação mais decisiva do Estado como ator central no processo de desenvolvimento", com um grande gasto público em infraestruturas, saúde, educação e políticas redistributivas.
O sociólogo afirmou que a América Latina cresceu e controlou sua economia "muito melhor" que a Europa ou os Estados Unidos, e que "não sofreu os efeitos da crise econômica de 2008" graças ao papel regulador dos Estados e à transformação dos fluxos de comércio mundial.
O modelo neoliberalista que tinha dominado a América Latina nas décadas prévias ajudou no desenvolvimento tecnológico, mas "ao mesmo tempo teve problemas muito sérios no aumento decisivo da pobreza e de desigualdades sociais", algo que, segundo Castells, se conseguiu solucionar com o "neodesenvolvimentismo" - caracterizado por uma maior intervenção dos Estados.
No entanto, ressaltou que nenhum modelo é ideal: "Nunca chegamos ao paraíso (...) Enquanto o desenvolvimento humano melhorou consideravelmente na América Latina, o desenvolvimento desumano se agravou ", comentou o sociólogo em relação à deterioração da qualidade de vida e ao aumento da violência urbana.
A corrupção dos Estados, que é agora "um fenômeno mundial", fez com que as pessoas "não aceitassem e saíssem às ruas", como ocorre atualmente no Brasil, lembrou o sociólogo.
"Em sociedades tão dinâmicas como as latino-americanas não se aguenta nem a corrupção nem a imposição", concluiu Castells.
Castells participou hoje em Madri de uma conferência intitulada "A nova América Latina: da crise do neoliberalismo à crise do neodesenvolvimentismo", organizada pela Next International Business School, na qual refletiu sobre a integração do continente na economia global.
"O mundo ainda tem uma velha ideia da América Latina como continente sem esperança, um continente de exploração, mas as coisas mudaram profundamente", afirmou Castells, catedrático emérito da Universidade da Califórnia em Berkeley e um dos especialistas mais citados do mundo no âmbito das ciências sociais.
Na última década, se consolidou "a transição à democracia na imensa maioria do continente", a pobreza extrema se reduziu - passou de 19,4% no ano 2002 a 12% em 2014 -, houve uma "melhora fundamental" em temas de saúde, e os níveis de escolarização foram "muito substanciais", detalhou Castells.
Estes avanços se deveram "em grande parte" a uma "ação mais decisiva do Estado como ator central no processo de desenvolvimento", com um grande gasto público em infraestruturas, saúde, educação e políticas redistributivas.
O sociólogo afirmou que a América Latina cresceu e controlou sua economia "muito melhor" que a Europa ou os Estados Unidos, e que "não sofreu os efeitos da crise econômica de 2008" graças ao papel regulador dos Estados e à transformação dos fluxos de comércio mundial.
O modelo neoliberalista que tinha dominado a América Latina nas décadas prévias ajudou no desenvolvimento tecnológico, mas "ao mesmo tempo teve problemas muito sérios no aumento decisivo da pobreza e de desigualdades sociais", algo que, segundo Castells, se conseguiu solucionar com o "neodesenvolvimentismo" - caracterizado por uma maior intervenção dos Estados.
No entanto, ressaltou que nenhum modelo é ideal: "Nunca chegamos ao paraíso (...) Enquanto o desenvolvimento humano melhorou consideravelmente na América Latina, o desenvolvimento desumano se agravou ", comentou o sociólogo em relação à deterioração da qualidade de vida e ao aumento da violência urbana.
A corrupção dos Estados, que é agora "um fenômeno mundial", fez com que as pessoas "não aceitassem e saíssem às ruas", como ocorre atualmente no Brasil, lembrou o sociólogo.
"Em sociedades tão dinâmicas como as latino-americanas não se aguenta nem a corrupção nem a imposição", concluiu Castells.
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