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Hillary enfrenta problemas pelo escândalo dos e-mails e consolidação de Trump

28/05/2016 10h43

Miriam Burgués

Washington, 28 mai (EFE).- A aspirante presidencial democrata Hillary Clinton teve uma semana para esquecer: foi publicado um relatório muito crítico sobre o uso de seu e-mail quando era secretária de Estado americana e Donald Trump assegurou a candidatura republicana à Casa Branca.

No início da semana, os assuntos mais relevantes foram as recentes pesquisas de intenções de voto nas eleições presidenciais de novembro, que mostraram que a vantagem que Hillary manteve sobre Trump durante meses está desaparecendo.

Na média do site "RealClearPolitics", Trump chegou inclusive a superar Hillary, com 43,4% de apoios contra 43,2%.

Mas a pior notícia para a ex-chefe da diplomacia americana e ex-primeira-dama chegou na quarta-feira com a divulgação de uma auditoria do inspetor geral do Departamento de Estado muito crítica ao uso que Hillary fez de seu e-mail, que assegura que viola as regulações federais.

Hillary utilizou um servidor particular para enviar e armazenar e-mails gerados no desempenho de suas funções no Departamento de Estado durante quatro anos, cargo que ocupou de 2009 no início de 2013.

O relatório também afirma que Hillary e seus mais imediatos assessores não colaboraram com a investigação e que a candidata rejeitou ser interrogada pelo inspetor geral do Departamento de Estado, Steve Linick.

Apesar de ter entregue cerca de 30 mil mensagens, Hillary indicou que apagou um número similar ao tê-los estimados como temas pessoais.

Esta auditoria foi revelada enquanto o FBI trabalha para determinar possíveis vias de ação pelo uso indevido dos e-mails, no caso de, por exemplo, terem exposto segredos governamentais a hackers.

Além das questões de segurança, "é inegável" que o relatório do inspetor geral "aviva as dúvidas sobre a confiabilidade de Hillary", apontou o jornal ""The New York Times"" em um editorial.

Para o jornal, o desafio de Hillary é "demonstrar que é a política bem qualificada que seus seguidores conhecem, sobre a base de sua variada corrida como senadora, secretária de Estado e primeira-dama", mas deve fazer não com uma mudança de campanha "forçada", mas "com um investimento muito maior de sinceridade perante o público".

Como anotação final da semana "negra" de Hillary, na quinta-feira Trump superou o número dos 1.237 delegados necessários para ser proclamado oficialmente candidato republicano e enterrar de uma vez por todas as possibilidades de um convenção disputada em Cleveland (Ohio) em julho.

"Aqui estou vendo como Hillary (Clinton) luta e não pode se impor", declarou vitorioso o magnata desde Dakota do Norte.

Hillary ainda não tem os delegados necessários para assegurar a indicação democrata, mas, salvo surpresas, conseguirá nas primárias que serão realizadas em 7 de junho em vários estados, entre eles Califórnia.

Embora o único rival de Hillary, Bernie Sanders, não tenha chances reais de conseguir a candidatura democrata, prometeu permanecer na disputa até a convenção que o partido realizará em julho na Filadélfia, onde ele e seus seguidores querem ser ouvidos.

Além disso, Sanders está questionando o papel da presidente do Comitê Nacional Democrata (DNC), Debbie Wasserman Schultz, cuja organização e supervisão da disputa considera parcial em benefício de Hillary.