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Argentinos protestam com cobertores e velas contra aumento de impostos

29/06/2016 21h48

Buenos Aires, 29 jun (EFE).- Trabalhadores e organizações sociais foram às ruas da Argentina nesta quarta-feira, envolvidos em cobertores e com velas nas mãos, para protestar contra o "brutal" aumento de impostos realizado pelo governo nos serviços públicos básicos e por seu efeito na economia doméstica.

"O povo argentino está sofrendo os efeitos de altas de tarifas que não levam em consideração o equilíbrio social nem a possibilidade de poder pagá-los em sua totalidade", indicou a Central de Trabalhadores da Argentina (CTA) em comunicado.

Por esse motivo, a CTA Autônoma - um dos dois ramos nos quais se divide a central - e outras organizações sociais convocaram os cidadãos a se manifestar em frente ao Obelisco, um dos monumentos mais emblemáticos de Buenos Aires, capital do país.

A CTA afirma que o governo do presidente Mauricio Macri, que assumiu o poder em dezembro, considera a luz, a água, o gás e o transporte - serviços que tiveram reajustes - como "mercadorias" e não "um bem social". Por isso, os usuários teriam se transformado em "meros clientes", na avaliação do sindicato.

"Tudo está aumentando, e os salários não aumentam. Macri está fazendo muitos reajustes que não correspondem à realidade", disse à Agência Efe María Zaldivar, uma das manifestantes.

A CTA Autônoma critica os aumentos tarifários realizados em todo país, que estão entre 300% e até 2.000%.

"É impossível que um setor da população tenha acesso a esses serviços se ele não retroceder neste 'tarifaço'", afirmou à Efe o dirigente nacional do Movimento Socialistas dos Trabalhadores - Nova Esquerda, Alejandro Bodart.

Em várias ocasiões, Macri reconheceu que tomou medidas que eram "dolorosas" para a população, mas garantiu que elas eram para o bem dos argentinos.

Além disso, afirmou que as iniciativas tinham como objetivo "abrir" a economia após o governo de sua antecessora, Cristina Kirchner (2007-2015), que teria deixado um "governo devastado, repleto de corrupção e com uma inflação de 700% acumulada na última década".