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Liberais espanhóis apoiam reeleição de Rajoy, mas dizem não confiar nele

31/08/2016 10h46

Madri, 31 ago (EFE).- O líder do partido liberal Ciudadanos, Albert Rivera, apelou nesta quarta-feira ao consenso político para evitar novas eleições na Espanha e confirmou que os deputados de seu partido votarão pela reeleição de Mariano Rajoy como chefe de governo, mas deixou claro que não confia no líder conservador.

Rivera fechou esta semana um acordo com o Partido Popular de Rajoy para apoiar sua posse na votação que ocorrerá hoje após o debate no Congresso, mas é provável que a mesma fracasse, pois o atual presidente do governo interino não tem apoio parlamentar suficiente para alcançar a maioria absoluta.

Rivera justificou seu apoio a Rajoy ao garantir que "é preciso escolher entre o ruim e o menos pior" e pediu a Pedro Sánchez, líder da principal legenda de oposição, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), que faça o mesmo e facilite a reeleição do líder conservador, para assim desbloquear a situação política na Espanha.

Uma vez que exista um Executivo, liberais e socialistas podem "juntos" controlar a ação desse governo através da oposição e levar adiante algumas das medidas que têm em comum.

Precisamente, liberais e socialistas alcançaram um acordo de governo em março, mas o mesmo resultou em uma posse fracassada de Sánchez, já que ele também não contava com maioria absoluta.

Frente à rejeição expressada a Rajoy por todos os grupos da Câmara, Rivera defendeu o acordo com o PP porque, entre outras medidas, obrigaria o mesmo a destinar 29 bilhões de euros (US$ 32,38 bilhões) para políticas sociais.

Esse acordo também inclui o compromisso de não elevar os impostos das classes médias.

A reeleição de Rajoy tem grandes chances de ser rejeitada hoje pelo Congresso espanhol em uma votação na qual, salvo alguma surpresa, contará com o voto favorável de 170 deputados: os 137 de seu partido, 32 liberais e um de uma nacionalista das Ilhas Canárias.

Caso seja derrotado hoje, Rajoy se submeterá a uma segunda votação na sexta-feira, na qual bastará uma vitória por maioria simples para que o líder conservador consiga seguir como presidente de governo.