Presidente peruano diz ter dúvidas sobre viabilidade de trem entre Brasil e Peru
O presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski, disse nesta quarta-feira (14) em Pequim ter dúvidas sobre a viabilidade do Trem Interoceânico, o projeto proposto pela China para unir por ferrovia o litoral brasileiro com o peruano, alegando os altos custos e o risco de uma baixa ocupação.
"É uma ideia que foi promovida no ano passado para transportar a soja do Mato Grosso (oeste do Brasil) à China mais rapidamente, mas eu tenho algumas perguntas sobre este trem que expressei nesta viagem", disse o líder em entrevista à agência de notícias Efe.
"Primeiramente, seu custo, que é altíssimo, e em segundo lugar se há carga de volta (do Peru ao Brasil), porque qualquer sistema de transporte deve ter cargas nos dois sentidos", afirmou Kuczynski.
"Vamos estudar tudo isso e será tomada uma decisão a respeito", afirmou o presidente, que na viagem à China também nomeou outras dificuldades que envolvem o projeto, como as grandes alturas pelas quais deve passar a ferrovia, que obrigarão a construção de vários túneis e a elevar mais ainda os custos.
Ainda sobre o projeto, uma das muitas obras faraônicas de infraestrutura que a China propôs na América Latina (outro exemplo é o canal da Nicarágua alternativo ao do Panamá), faz parte seu custo meio ambiental, ao ter de atravessar zonas agrestes da Amazônia.
Perante estas dificuldades surgiram vozes que propõem uma rota alternativa mais ao sul, que não passaria pelo Amazonas e deveria envolver um terceiro país, Bolívia, embora Kuczynski recusou falar dela.
"Temos nossas prioridades, que são fazer o trem de cercanias para Lima metropolitana", disse o presidente, que ofereceu este projeto ontem (13) à construtora ferroviária China Railway Group em um encontro privado com seu presidente, Li Changjin.
"Isso tem alta prioridade para permitir planejar Lima, é um trem de relativamente baixo custo, com muito poucos túneis e totalmente factível", afirmou Kuczynski.
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