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Sobrevivente de Auschwitz e ícone da memória do holocausto morre na Alemanha

24/09/2016 07h58

Berlim, 24 set (EFE).- Sobrevivente dos campos de extermínio nazistas de Auschwitz e Dachau e uma das principais vozes da memória sobre o holocausto na Alemanha, o escritor judeu Max Mannheimer morreu aos 96 anos em uma clínica de Munique.

A diretora do Museu de Dachau, Gabriele Hammermann, confirmou neste sábado que Mannheimer morreu ontem após dedicar a maior parte de sua vida para lutar contra o esquecimento das atrocidades realizadas pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Responsável pela Sociedade Campo de Dachau e vice-presidente do Comitê Internacional do antigo campo de extermínio, Mannheimer não só passou pelo local, mas também sobreviveu às passagens por Theresienstadt, Auschwitz e Varsóvia em um périplo do horror no qual perdeu praticamente toda sua família.

As memórias de Mannheimer estão no livro "Terceira Vida", nova oportunidade que, segundo ele, começou no dia 30 de abril de 1945. Faminto e vítima do tifo, ele foi resgatado por tropas dos Estados Unidos que chegaram à cidade alemã de Tutzing, onde ele estava preso junto com seu irmão mais novo, Edgar.

Em maio do ano passado, Mannheimer se sentou ao lado da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, em um ato realizado em Dachau para lembrar do 70º aniversário da libertação do campo. Na ocasião, o escritou ressaltou a responsabilidade de manter a memória viva.

Mannheimer dedicou a maior parte de sua vida a dar voz aos 6 milhões de judeus que morreram pelas mãos dos nazistas. Além do livro, o escritor fazia palestras em todo o país sobre o tema.

"Vocês não são responsáveis pelo que ocorreu, mas sim para isso que não volte a ocorrer", dizia Mannheimer.