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Símbolo da disputa entre EUA e Cuba, Elián González vai a funeral de Fidel

Em Havana

29/11/2016 20h53

Elián González, que em 1999 e 2000, com apenas cinco anos, foi o centro de uma batalha político-judicial entre Cuba e Estados Unidos por sua custódia depois de ter sobrevivido a um naufrágio na Flórida, participou nesta terça-feira de uma cerimônia de homenagem ao ex-líder cubano Fidel Castro na Praça da Revolução de Havana, capital do país.

Depois de ter declarado em 2005 que considerava Fidel como um "pai", Elián se uniu hoje a uma das diversas vigílias de homenagem ao ex-presidente cubano, que morreu na última sexta-feira, aos 90 anos, no Memorial José Martí da Praça da Revolução.

Perguntado sobre o legado de Fidel, Elián, que agora tem 22 anos, declarou que o legado do ex-líder são "todas essas pessoas desfilando por aqui". "Ele está vivo em cada obra da revolução, que é precisamente o que nos deixou. É motivo de orgulho, para nos sentirmos mais fortes", completou o jovem cubano.

"A quem fale mal dele, quem denigra seu nome. A resposta é essa: as pessoas que desfilam em sua memória", concluiu Elián.

Pouco antes de completar seis anos, Elián sobreviveu em novembro de 1999 ao naufrágio da balsa na qual sua mãe, padrasto e outros cubanos tentavam chegar ao litoral dos EUA.

A mãe de Elián e o padrasto morreram no acidente, mas ele sobreviveu, sendo resgatado por dois pescadores norte-americanos. Posteriormente, foi entregue a parentes que viviam em Miami.

O pai de Elián, no entanto, que ainda vivia em Cuba e nunca autorizou que a mãe do menino levasse do país, pediu a custódia. A solicitação desencadeou uma batalha político-judicial que terminou em abril de 2000, quando a então Procuradora-Geral dos EUA, Janet Reno, ordenou o retorno de Elián ao seu pai.

A decisão de Reno, que também faleceu recentemente, provocou uma série de protestos de grupos de exilados cubanos em Miami, que consideravam a devolução de Elián como uma traição.