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França considera como provocação mudança de embaixada dos EUA para Jerusalém

15/01/2017 16h28

Paris, 15 jan (EFE).- O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Marc Ayrault, classificou neste domingo como uma "provocação" a possível mudança da embaixada dos Estados Unidos em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, uma ameaça feita pelo presidente eleito do país, Donald Trump.

"Seria uma provocação de consequências extremamente duras", afirmou o chefe da diplomacia francesa, que hoje presidiu em Paris uma conferência sobre o processo de paz no Oriente Médio que reuniu delegações de mais de 70 países e órgãos internacionais, à revelia de israelenses e palestinos.

A conferência pediu às duas partes que retomem as negociações para a busca de uma solução para o conflito com base na criação de dois Estados. O encontro, no qual participaram os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - França, Reino Unido, Estados Unidos, China e Rússia -, constatou a degradação da situação no terreno e pediu que se busquem caminho para o diálogo.

Ayrault, que se mostrou convencido de que Trump não cumprirá a ameaça, pediu que o presidente eleito dos EUA evite "todo ato unilateral que complique a situação" entre Israel e Palestina.

"Acho que Trump não poderá fazer a mudança. Quando você é presidente dos Estados Unidos, não é possível ter posições tão duras e unilaterais em uma questão como essa. É preciso buscar a forma de criar as condições para a paz", disse o chanceler.

O ministro francês destacou que a situação é urgente e que o processo de paz está em um "ponto morto" que ameaça piorar o conflito. O avanço da colonização e a crescente violência, manifestada no atentado em Jerusalém em domingo passado, evidenciam, para Ayrault, que é preciso relançar a negociação.

O chefe da diplomacia da França afirmou que o mais rápido possível se reunirá com o próximo secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, para avançar de forma conjunta na agenda internacional.

"Farei isso com franqueza e amizade", disse Ayrault, defendendo a independência da França nos assuntos internacionais.