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Chanceler mexicano diz que existe irritação em seu país com políticas dos EUA

23/02/2017 16h50

Cidade do México, 23 fev (EFE).- O secretário de Relações Exteriores do México, Luis Videgaray, disse nesta quinta-feira aos secretários de Estado e de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Rex Tillerson e John Kelly, que há entre os mexicanos um sensação de "irritação" e "preocupação" pelas posturas do governo de Donald Trump sobre o país latino-americano.

"Existe preocupação e irritação diante daquilo que se percebe como políticas que podem ser prejudiciais para os mexicanos", afirmou Videgaray em um comparecimento de imprensa conjunto com Tillerson e Kelly, do qual também participou o secretário de governo (ministro do Interior) mexicano, Miguel Ángel Osorio.

Segundo detalhou o chanceler, as políticas que Donald Trump procura implementar poderiam prejudicar tanto os "interesses nacionais" como dos mexicanos que vivem nos Estados Unidos e no país latino-americano.

Entre os temas que causam preocupação à população mexicana e o Executivo do país, ressaltou Videgaray, está a questão migratória.

"Dissemos aos secretários Tillerson e Kelly que, em primeiro lugar, nossa preocupação é relativa aos direitos dos mexicanos nos Estados Unidos, em particular os direitos humanos", explicou Videgaray.

Nesse sentido, o chanceler louvou o fato de que, do lado americano, também houve uma "profunda coincidência" na necessidade de canalizar isso da melhor maneira.

Trump aumentou os controles migratórios após sua chegada ao poder em 20 de janeiro e, além disso, ordenou a construção de um muro ao longo da fronteira com o México e ainda quer que a nação latino-americana pague por ele.

Antes de sua vitória eleitoral em novembro, Trump chegou a dizer que a maioria de migrantes mexicanos que cruzam a fronteira em busca de uma nova vida nos Estados Unidos são "criminosos" e "estupradores".

O chanceler também reiterou nesta quinta-feira que na reunião se falou sobre a "impossibilidade jurídica" de que um país tome decisões unilaterais que "afetem" outra nação.

"Este é um princípio fundamental com o qual concordamos", apontou Videgaray.