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Milhares de pessoas marcham por Moscou em aniversário da morte de opositor

Pessoas colocam flores sobre o túmulo do líder opositor russo Boris Nemtsov - Ivan Sekretarev/AP
Pessoas colocam flores sobre o túmulo do líder opositor russo Boris Nemtsov Imagem: Ivan Sekretarev/AP

26/02/2017 10h59

Moscou, 26 fev (EFE).- Milhares de pessoas estão marchando neste domingo pelo centro de Moscou, na Rússia, em homenagem à memória do líder opositor Boris Nemtsov, que foi atingido por disparos há dois anos em uma área perto do Kremlin, e para condenar a política do presidente Vladimir Putin, a quem acusam indiretamente do crime.

Os participantes da manifestação tiveram que passar por detectores de metal antes de formarem a coluna que já percorre os bulevares do centro da capital.

À frente do protesto estão os líderes do partido ao qual pertencia Nemtsov, PARNAS, entre eles o ex-primeiro-ministro Mikhail Kasianov e outros dirigentes importantes da oposição extraparlamentar russa.

Pouco antes de começar a manifestação, um homem não identificado jogou tinta verde em Kasianov que, após sair por um momento, continuou o protesto com o rosto manchado.

"A política de Putin está baseada na mentira total", "Venceremos apesar de tudo", "Herói da Rússia", "Liberdade para os presos políticos ucranianos" e "A televisão russa é uma arma de terror informativo" são alguns dos slogans que podem ser vistos nos cartazes que levam os manifestantes.

Quando terminar a manifestação, está previsto que os cidadãos que assim o desejarem possam ir, sem impedimentos da polícia, à ponte onde Nemtsov foi assassinado, que fica a poucos metros do Kremlin, para depositar flores no lugar da tragédia.

No dia 3 de outubro do ano passado, o Tribunal Militar de Moscou abriu o julgamento dos cinco chechenos acusados de atirarem contra Nemtsov, o assassinato político mais famoso desde que Vladimir Putin chegou ao poder em 1999.

Familiares e correligionários de Nemtsov consideram que será impossível fazer justiça enquanto os organizadores e, o mais importante, os que encomendaram o crime não sentarem no banco dos réus.

A oposição extraparlamentar da Rússia acusa abertamente Putin de criar o clima de ódio que motivou o assassinato de Nemtsov, que tinha acusado o chefe do Kremlin de enviar tropas ao leste da Ucrânia e de corrupção durante a organização dos Jogos Olímpicos de Inverno em Sochi, em 2014.

O principal acusado do assassinato é Zaur Dadaev, que naquele momento era integrante das forças especiais da Chechênia, motivo pelo qual o julgamento transcorre em um tribunal militar.