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Trump diz estar "aberto" a tentar outra reforma da saúde no futuro

24/03/2017 19h27

Washington, 24 mar (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira estar "aberto" a tentar outra reforma do sistema de saúde no futuro, depois do fracasso do projeto de lei republicano para substituir a legislação aprovada em 2010 pelo ex-presidente Barack Obama, conhecida como "Obamacare".

"Em declarações aos jornalistas no Salão Oval, Trump garantiu que o país "acabará tendo uma grande lei de saúde depois que o desastre do 'Obamacare' explodir", ou seja, que as gratificações dos seguros médicos sob essa lei alcancem preços exagerados.

O presidente americano previu que essa "explosão" vai acontecer neste ano e confiou que então a oposição democrata trabalhará com ele para mudar o sistema de saúde.

"Quando eles estiverem preparados, estaremos preparados", afirmou Trump, que disse que vai "deixar que o 'Obamacare' siga adiante durante um tempo, e depois verá como estão as coisas" e se os democratas aceitarão negociar com os republicanos.

"Estivemos muito, muito perto. Foi (uma derrota por) uma margem muito pequena. Mas não tivemos nenhum apoio democrata", lamentou Trump, e calculou que com "10 ou 15" apoios republicanos a mais o projeto de lei teria sido aprovado na Câmara dos Representantes, onde nem sequer chegou a ser votado.

Trump evitou criticar o líder republicano na câmara baixa, Paul Ryan, que "trabalhou muito duro", mas se mostrou "decepcionado" com os membros da ala ultraconservadora do partido, conhecida como Freedom Caucus (Caucus da Liberdade).

"Não me sinto traído, porque são meus amigos. Estou decepcionado, porque poderíamos ter conseguido. Portanto estou decepcionado, e um pouco surpreso", reconheceu.

Mesmo assim, Trump opinou que "havia coisas neste projeto" de que "particularmente não gostava", sem especificá-las, e insinuou que o processo foi rápido demais.

"Estou há 64 dias no poder? Nunca disse que queira derrogar e substituir o 'Obamacare' em 64 dias", indicou.

Trump afirmou, além disso, que o processo de elaboração do projeto de lei e de tentar reunir os apoios de todas as alas do partido republicano foi "uma experiência muito interessante".

"Aprendemos muito sobre a lealdade, e aprendemos muito sobre o processo de conseguir votos", afirmou.

A primeira votação sobre a medida estava prevista para quinta-feira, mas os republicanos se viram obrigados a adiá-la por não contar com apoios suficientes, embora Trump tenha feito um ultimato e exigido que a proposta fosse votada hoje ou, caso contrário, não mudaria o sistema de saúde atual.

Finalmente, momentos antes de chegar a hora da votação, Trump e Ryan decidiram retirar o projeto de lei para evitar que fracassasse no plenário da câmara.