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Ministro sírio diz que EUA viraram "parceiros" de terroristas

7.abr.2017 - Imagem fornecida pela Marinha norte-americana mostra lançamento de míssil a partir destroyer americano em ataque a base aérea síria - Ford Williams/Marinha dos EUA/AP - Ford Williams/Marinha dos EUA/AP
Imagem fornecida pela Marinha norte-americana mostra lançamento de míssil a partir destroyer americano em ataque a base aérea síria
Imagem: Ford Williams/Marinha dos EUA/AP

No Cairo

07/04/2017 05h23

O ministro da Defesa da Síria, Fahd Jassem al Freij, classificou nesta sexta-feira (7) o ataque dos Estados Unidos contra a base aérea de Shayrat como uma "agressão" e disse que com essa ação Washington se transformou em um "parceiro" dos terroristas.

O ataque deixou pelo menos seis mortos, dezenas de feridos e "grandes perdas materiais", segundo afirmou o ministro, durante entrevista coletiva em Damasco.

Al Freij afirmou que o ataque "faz dos EUA um parceiro" do Estado Islâmico (EI) e do Frente al Nusra (atual Frente de Conquista de Levante) que se desvinculou da Al Qaeda no ano passado e ressaltou que se trata uma ação "ilegal" e "contrária" ao direito internacional.

Segundo o ministro, o bombardeio está na linha da estratégia americana, que "desde o primeiro dia" pretende "enfraquecer" as capacidades militares da Síria em sua luta contra o terrorismo.

A resposta de Damasco, segundo Al Freij, será "insistir em seu dever nacional de defender os sírios e lutar contra o terrorismo e estabelecer de novo a segurança na Síria".

Base de Shayrat, na cidade síria de Homs, que foi atacada pelo governo norte-americano - Departamento de Defesa dos EUA/AFP - Departamento de Defesa dos EUA/AFP
Base de Shayrat, na cidade de Homs, que foi atacada pelo governo norte-americano
Imagem: Departamento de Defesa dos EUA/AFP

Além disso, voltou a rebater as "justificativas" dos EUA para lançar o ataque, que segundo afirmação do presidente Donald Trump, representa uma represália ao suposto bombardeio com armas químicas contra a cidade de Khan Shaykhun, e ressaltou que Washington ""não sabe a verdade sobre o que aconteceu e quem é o responsável".

As autoridades de Damasco reconheceram que realizaram o bombardeio contra Khan Shaykhun, na última terça-feira (4), mas negaram de maneira categórica o uso de armas químicas.

De acordo com a versão síria, eles atingiram um depósito de armas químicas do Frente al Nusra.

A ONU confirmou que pelo menos 70 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas, embora o Observatório Sírio de Direitos Humanos tenha elevado o número de mortos para 86 e a Defesa Civil falou de mais de 300 feridos.

A oposição síria e vários países, entre eles os EUA, França e Reino Unido, acusaram ao governo de Bashar al Assad de ter usado armas químicas no ataque.

Em pronunciamento após o ato contra a base aérea, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que foi um "ataque vital de segurança nacional", já que classificou como inaceitável a atitude do governo sírio em ferir com gás neurotóxico "homens, mulheres e crianças indefesos".

"Todos os países civilizados deveriam contribuir para o fim do conflito sírio" e "acabar com o massacre e derramamento de sangue na Síria".