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Angola realizará eleições presidenciais em 23 de agosto

25/04/2017 10h28

Nairóbi, 25 abr (EFE).- Angola realizará eleições presidenciais no dia 23 de agosto, nas quais o presidente, José Eduardo dos Santos, não tentará a reeleição após 38 anos no poder, informaram nesta terça-feira os meios de comunicação locais.

A decisão foi tomada ontem durante uma reunião do Conselho da República, na qual o presidente fixou o calendário eleitoral e pediu unidade dos angolanos para realizar eleições pacíficas e livres.

Santos disse que "todas as condições políticas, legislativas, financeiras, logísticas e de segurança e ordem pública estão garantidas para que as eleições gerais ocorram de maneira transparente e sem nenhum tipo de restrição".

Em fevereiro, Santos, de 74 anos, anunciou que não tentaria reeleição, e apresentou como novo candidato dos Movimento Popular de Liberdade de Angola (MPLA) o atual ministro de Defesa, João Lourenço.

O governante ocupa o cargo principal de Angola desde 1979 e foi amplamente criticado pelos abusos dos direitos humanos cometidos com ativistas e opositores políticos.

Recentemente, a organização Human Rights Watch (HRW) denunciou que a polícia reprimiu com a força - com porretes e uso de cães- manifestações pacíficas contra o Governo e deixaram vários feridos.

A filha do governante, Isabel dos Santos, considerada a mulher mais rica da África, foi nomeada recentemente por seu pai presidenta do Conselho de Administração da Sonangol, responsável pelos combustíveis de Angola e principal acionista do Banco Comercial Português (BCP), a maior entidade privada de Portugal.

Esta nomeação gerou especulações sobre se poderia designá-la como candidata para o comitê central do partido governante MPLA.

Finalmente, o nome de Isabel dos Santos ficou fora da lista de candidatos, embora o governante incluiu outros dois de seus filhos.

O Governo de Santos foi acusado de prender ativistas que defendem o respeito dos direitos humanos em um país que ocupa o lugar 123 de 180 na lista de liberdade de imprensa no mundo, que é elaborado pela ONG Jornalistas Sem Fronteiras.

Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África, mas a metade da população vive com menos de dois euros por dia.