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Parlamento de Montenegro aprova adesão do país na Otan

28/04/2017 12h14

Zagreb, 28 abr (EFE).- O Parlamento de Montenegro aprovou nesta sexta-feira a entrada do país na Otan, em uma sessão boicotada pela maior parte da oposição e que transcorreu enquanto uma manifestação se desenvolvia contra a aliança militar na parte externa do edifício.

Somente 46 dos 81 deputados apoiaram a adesão à Otan de Montenegro, um país candidato a entrar na União Europeia que possui laços históricos com a Rússia, e que espera-se que seja formalizada na cúpula da aliança militar que acontecerá em 25 de maio.

Votaram a favor da adesão à aliança os parlamentares do governante Partido Democrático dos Socialistas (DPS) e os legisladores dos partidos opositores Social-democrata (SDP) e Liberal (LP), bem como os das minorias nacionais bósnia, croata e albanesa.

A maior parte da oposição boicotou a sessão, enquanto a coalizão pró-Rússia Frente Democrática (DF) organizou, junto com organizações anti-Otan, um protesto no parlamento.

"Este Parlamento tem hoje o papel histórico de apoiar com seus votos a orientação da maioria dos cidadãos e aprovar a entrada do país na Otan", disse no início da sessão o presidente da Câmara, Ivan Brajovic, segundo transmitiu ao vivo a emissora de televisão pública "RTCG".

Com a adesão à aliança militar, afirmou Brajovic, Montenegro confirma sua fidelidade aos "valores nobres de liberdade, justiça, do império da lei e da solução pacífica de conflitos".

O premiê do país, Dusko Markovic, afirmou que hoje é um dos dias mais importantes "na história de Montenegro".

O governante acrescentou que, para a entrada formal de Montenegro na Otan, falta somente a aprovação do protocolo de ratificação do "Senado da Espanha, e isso acontecerá dentro de poucos dias".

A Frente Democrática, que tem 20 dos 81 deputados do parlamento, considera ilegítima a decisão da "maioria parlamentar não democrática".

Em seu protesto no parlamento, no qual participaram centenas de manifestantes, os pró-Rússia insistiram que, para uma decisão legítima, seria necessário um referendo.

"Congelaremos a decisão de hoje e a vamos anulá-la, já que a mesma não representa a vontade dos cidadãos" de Montenegro, prometeu um dos líderes do DF, Branko Radulovic.